Mais um
potiguar esquecido, Abner de Brito.
ENTERRO DO PECADO
Baixa esta luz,
impávida, imprudente,
Que no papel da alcova
nos retrata.
Não vês que o
candelabro de ouro e prata
Está nos fitando escandalosamente?
Deixa o teu vulto
esparso, alvo e dormente
Tremer de frio, ó
juriti da mata.
Pois vou fazer dos
beijos a sonata,
Em que te hás de
embalar gostosamente.
Assim, assim, despe o
vestido branco,
Põe todo nu teu morno
seio franco
Como este leito branco
e perfumado.
Abre os teus braços, mata-me
desperto,
Se tens no corpo um
cemitério aberto,
Vamos fazer o enterro
do pecado...
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