quinta-feira, 28 de setembro de 2023
SAL da TERRA - ACADEMIA nas ARTES
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
SAL da TERRA - ACADEMIA nas ARTES
Exposição coletiva que lança o projeto Sal da Terra - Academia nas Artes, promovido pela Academia Norte-rio-grandense de Letras. Com curadoria de Antonio Nahud e Woldney Ribeiro, tem como iniciativa apresentar o desenvolvimento das artes visuais do Rio Grande do Norte, levando ao público – principalmente estudantes-, gratuitamente, uma mostra artística a cada mês. A iniciativa da ANRL chama a atenção para a importância da nossa arte, numa experiência muito além da contemplação.
MOSTRA TÚLIO FERNANDES e FLÁVIO REZENDE
Data: 27 de setembro de 2023, às 17h
Endereço: Rua Mipibu, 443, Petrópolis. Natal -RN.
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
EPITÁFIO para um SABIÁ
Acordei cedo. Não sabia, mas tinha um encontro marcado. Organizei algumas coisas da casa. Tratei, como sempre faço, da minha cadela, Trudi, a preta velha. Percebi, na grama, perto da minha porta janela, um sabiá, estava quieto, sem qualquer movimento, mantendo os olhos cerrados. A Trudi passou por ele sem qualquer reação. Curioso, pois, ela não gosta desse pássaro que, constantemente, provoca-a, inclusive, furtando sua ração. Tomei-o nas mãos. Sentei-me e comecei a acarinhá-lo. O coração pulsava acelerado, descompassado. Os olhos continuavam fechados. Além da carícia lembrei que em 1995 escrevi um livro de poesias e dei o nome de o Canto do Sabiá e outros poemas. Entre eles havia um, em especial: o sabiá em meu beiral canta/ nada pede, nada exige/ apenas canta e encanta. Sussurrei ao seu ouvido a importância do seu canto para sensibilizar o coração embrutecido do homem. Acentuei, como no poema, que o sabiá, como outros passarinhos cantadores, nada exigem ou reclamam, apenas, suprindo uma necessidade vital, cantam, sem preocupação com um sentido para o seu cantar. E aí o inesperado, que justifica a experiência da vida: abriu os olhos e olhou-me. Não foi um gesto mecânico. Senti os seus olhos pequenos procurar os meus e quando os encontrou, fitou-me por segundos, mas pareceu-me uma eternidade. Era, sem dúvida, uma despedida. Em seguida cerrou os olhos novamente. O coração bate mais forte. Intensifico os gestos de carinho. O seu pequeno corpo começa a estremecer num prenúncio de agonia. Vá em paz, meu sabiá. Vá cantar no céu dos pássaros, pois, neste mundo a sua missão acabou. Aperto o seu corpo, sinto o último estertor e em seguida o cessar das batidas do seu pequeno coração. A força vital extinguiu-se, a vida cessou. Agora há, apenas, matéria inerte. Mesmo assim, seguro o pássaro morto em minhas mãos por alguns minutos, depois descarto o corpo sem vida. Neste momento fugaz, mas pleno de sentido aprendi o significado da vida e da morte. Contei este fato ao poeta Paulo Bomfim, amigo querido, e ele tocado na sua sensibilidade poética sugeriu-me o título: epitáfio para um sabiá. Seja assim, para sempre.
NEY JOSÉ de FREITAS
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
quarta-feira, 6 de setembro de 2023
De BECLAUTE
O primeiro “O Livro das Respostas”, já na terceira edição, são contrapontos belíssimos às perguntas feitas pelo poeta chileno, no “Libro de las preguntas”. A cada pergunta... Uma resposta genial. "De dónde saca tantas hojas la primavera de Francia?" (pergunta Neruda). Responde o Poeta: “A primavera da França colhe folhas da esperança”. Confesso que as respostas não são pontos finais, mas de exclamações. Uma obra rica e criativa que se tornou livro de cabeceira.
O segundo livro “Pablo Neruda — Uma Entrevista Imaginad”, o Poeta constrói perguntas e põe as respostas (ditas) imaginadas que são tão reais, que se não fosse a alerta do título pensaria se tratar ser de Neruda... Veja este diálogo: - Os pássaros noturnos cantam? Responde Neruda, na escrita de Diogenes: “Eles bicam as primeiras estrelas que citilam”. Noutra passagem, pergunta a Neruda: “A que compara o ofício da poesia? Responde Neruda — que Diogenes reflete, como um límpido espelho: “É, em grande parte, voar como os pássaros”.
Bem, são obras de arte. Únicas, belas e de uma grandiosidade sem igual. Lê-las foi como enxergar um outro Neruda.
Um forte abraço, Poeta, o guardião do Baobá – O Baobá do Poeta.