segunda-feira, 31 de julho de 2023

CANÇÃO NERUDIANA

flávio freitas



Sê a árvore à beira de um riacho,
Se não podes ser grande, sê arbusto.
Se não fores luzeiro, sê um facho,
Se a relva que é verde e é toda luxo.
 
Sê sempre o que és, mas em plenitude,
Constrói o futuro por tua virtude!
 
Se não podes ser amor, sê o carinho.
Se não podes ser voz, sê o seu grito.
Se não podes voar, faze o teu ninho,
Sê do chão, mas com o olhar para o infinito.
 
DIOGENES da CUNHA LIMA




NOVA EDIÇÃO da REVISTA da ACADEMIA




quarta-feira, 26 de julho de 2023

CHÃO DOS SIMPLES: 40 ANOS

 

Chão dos Simples de Manoel Onofre Jr: 40 anos de um livro pioneiro
 
Na história da literatura norte-rio-grandense, poucas obras de ficção, sobretudo na área do conto, obtiveram considerável êxito de crítica e de público como o livro Chão dos Simples, de Manoel Onofre Jr. Publicado pela Editora Clima originalmente em 1983, portanto, há 40 anos.
 
Em comemoração ao lançamento da primeira e única obra do autor na área ficcional, uma exposição, organizada por Ângela Almeida e Manoel Onofre Neto, também em homenagem aos 80 anos do escritor, com abertura neste sábado, de julho, na Pinacoteca do Estado.
 
Sobre Chão dos Simples, se porventura alguém acha que o livro teve uma modesta recepção à época em que foi lançado, pelo menos da parte do público, vale destacar que a crítica foi bastante generosa com a obra. Escritores do porte de Anchieta Fernandes, Nelson Patriota e Veríssimo de Melo enalteceram o valor dos contos, que foram ganhando cada vez mais leitores com o passar dos anos, basta observar a fortuna crítica do livro, a qual informa que o mesmo foi utilizado em sala de aula quando da sua primeira edição pela poeta e professora Anchella Monte. Quarenta anos depois, a realidade se ampliou e a obra já é trabalhada por diversos docentes nos quatro cantos do Estado, inclusive também na Paraíba onde um grupo de alunos da pequena cidade de Logradouro, fizeram uma espécie de livreto, baseado em alguns contos do livro.
 
Interessante notar, como já dissemos, que o Chão dos Simples, com o passar do tempo, foi se enraizando, ou melhor, mantendo-se dentro da nossa tradição literária com bastante fôlego, e surgiu em segunda edição (1998),  portanto quinze anos depois do seu lançamento, com um novo apelo, principalmente por outro motivo ilustre: ter vários dos seus contos adaptados para o teatro pelo ator e teatrólogo Lenício Queiroga, dando origem a  Chão dos Simples – A Peça, a qual foi encenada, primeiramente, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal, e depois na cidade de Caruaru (PE).
 
A obra ganhava assim novos admiradores, continuando a receber elogios, como por exemplo, os do crítico literário paraibano Hildeberto Barbosa Filho, que escreveu, na ocasião, artigo para o jornal “O Norte” de João Pessoa-PB, em destaque o seguinte trecho: “A maneira de narrar, em Manoel Onofre Jr., é linear, novelesca. Estribado no modelo clássico do narrador oral, o escritor tende a modular, com o jeito à vontade de Trancoso, ou mesmo dos contistas célebres dos séculos XIV e XV, como Boccaccio e a Rainha de Navarra o movimento da ação, pondo em pauta principalmente o acontecimento-surpresa, o episódio inesperado, o que faz rir ou chorar, não importa, sempre, contudo, consciente dos poderes sugestivos das experiências vividas. O estilo, por sua vez, se caracteriza: primeiro, pela precisão vocabular, entrevista sobretudo na recuperação de ditos e falares regionais que imprimem à frase aquele sabor típico de água de cacimba; segundo, pela clareza, concisão e habilidade no recorte verbal”.
 
Com duas edições bem sucedidas, passaram-se vários anos, até que em 2014,  movido sobretudo por um apelo da nova geração de leitores, com incentivo nosso e dos escritores David Leite e Clauder Arcanjo, o autor  atendeu  convite da editora Sarau das Letras para  fazer a terceira edição, dessa vez revista e ampliada, capa dura, e novamente tem êxito, de modo especial com alcance à juventude, nas escolas, mostrando que não perdeu o encanto com o passar do tempo, dada a maneira de contar  histórias,  em  linguagem simples, despojada, no mesmo nível de outro grande contista potiguar, Bartolomeu Correia de Melo.
 
Em 2017, Chão dos Simples chegou a sua quarta edição, pela Editora Bagaço, de Recife, e foi no mesmo ano adaptado para o cinema através do escritor e  cineasta Rui Lopes, que escreveu e publicou o roteiro sob título homônimo.
 
Chão dos Simples tornou-se livro de leitura em disciplinas do mestrado e doutorado na UFRN, com vários dos seus contos amplamente discutidos, e objeto de estudo, em três dissertações de mestrado, dos pesquisadores Simara Ribeiro, Gilvan dos Santos e Sara Costa, todos estes orientados pelo professor Dr Derivaldo dos Santos.
 
É interessante observar como a obra vem ganhando novos leitores, sobretudo jovens, em busca de conhecer um sertão que não mais existe. E voltamos a afirmar o que já havíamos dito no prefácio da terceira edição: As narrativas de Chão dos Simples continuam atemporais e modernas.
 
THIAGO GONZAGA
 
 







segunda-feira, 24 de julho de 2023

LANÇAMENTOS no DIA do BAOBÁ


No dia 20 de julho, o escritor Diogenes da Cunha Lima aproveitou o Dia do Baobá, instituído pela Prefeitura do Natal, agregando a data ao Calendário Oficial de eventos do município, para lançar os livros “Pablo Neruda – Uma Entrevista Imaginada”, e a terceira edição de “O Livro das Respostas”. O evento foi realizado no Baobá do Poeta, na rua São José, em Lagoa Nova, e contou com a presença de familiares, amigos e autoridades. O autor lembrou que há 33 anos cuida da preservação da árvore. No espaço também foi lançado um mural de Vicente Santeiro, que retrata a história do Baobá de Natal.
 
DIA do BAOBÁ
 
A data foi instituída no Calendário Oficial do município de Natal pela Lei 7.458 de 17 de janeiro de 2023, assinada pelo prefeito Álvaro Dias. O exemplar de Natal, batizado de “Baobá do Poeta”, localizado na Rua São José, no bairro Lagoa Nova, é o maior baobá do Brasil em circunferência, com 19,5m e possui 19 metros de altura. As comemorações ou manifestações alusivas à data, de acordo com a lei, ficam sob a responsabilidade da Secretaria de Cultura de Natal, em parceria com instituições culturais.