quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
NA COLUNA DE ALEX MEDEIROS
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
SEMANA DE ARTE MODERNA - 100 ANOS
Fevereiro
de 2022. Há 100 anos um grupo de artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro,
patrocinado pela elite do café, iniciou uma sessão de encontros interessado em
inventariar as possibilidades de uma arte inovadora.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
DORIAN GRAY: 92 ANOS
Sua obra é uma das mais singulares do Rio Grande
do Norte. É instrumento de candura e contemplação. Artista plástico e
poeta, um brinde ao talento de Dorian Gray Caldas!
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
MEMÓRIA
Há
muito persigo a memória que resiste às imposições da história. Se a história
tem regras, a memória contraria as regras e imposições históricas. A memória é
o lugar da liberdade.
CHEMIN DE FER
Sozinha
nos trilhos eu ia,
coração
aos saltos no peito.
O
espaço entre os dormentes
era
excessivo, ou muito estreito.
Paisagem
empobrecida:
carvalhos,
pinheiros franzinos;
e
além da folhagem cinzenta
vi
luzir ao longe o laguinho
onde
vive o eremita sujo,
como
uma lágrima translúcida
a
conter seus sofrimentos
ao
longo dos anos, lúcida.
O
eremita deu um tiro
e
uma árvore balançou.
O
laguinho estremeceu.
Sua galinha cocoricou.
Bradou
o velho eremita:
“Amor
tem que ser posto em prática!”
Ao
longe, um eco esboçou
sua
adesão, não muito enfática.
ELIZABETH BISHOP
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
O NOVO LIVRO DE GENTILI
O
livro reúne narrativas vivenciais, desenvolvidas no decurso de oitenta
anos de vida do autor. Mais uma obra de seus quase cinquenta livros. Nele, escreve sobre
Camões, Cascudo, Murilo Melo Filho, jornalismo e educação, entre outros temas. José Carlos Gentili é gaúcho e tem profundas raízes no Nordeste, especialmente no Rio Grande
do Norte.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
ODISSEIA DA GNOSE
José
Carlos Gentili, presidente emérito da Academia de Letras de Brasília, lança em
Natal, Rio Grande do Norte, seu mais novo livro, “Odisseia da Gnose”, prefaciado pelos potiguares
Nelson Freire e Ailson Guedes. O lançamento ocorrerá nesse sábado, 05 de
fevereiro, das 18 às 20 horas, no Thomé Galeria e Bistrô.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
CLARICE, HESSE E LÚCIO CARDOSO
Cinco anos após a morte de Mania, aos 42 anos, ocorrida em 1930, Pedro Lispector, com as filhas Elisa, Tânia e Clarice chegaram ao porto do Rio de Janeiro, vindos do Recife. Foram em busca de dias melhores, pois o Rio era, à época, a capital federal. A visão da baía da Guanabara logo fascinou a jovem Clarice, bem como a arquitetura da cidade, a começar pelo edifício A Noite, na praça Mauá, o primeiro arranha-céu da América Latina. Nesse edifício, localizava-se o jornal A Noite, porta de entrada para o trabalho da repórter C.L., e, na gráfica desse diário, foi impresso o primeiro romance da escritora, “Perto do coração selvagem”, cujo título foi uma sugestão do famoso escritor Lúcio Cardoso, por quem a escritora nutriu grande paixão. Porém, questão íntima de Lúcio impediu que os dois formassem um casal pela vida afora.
No Rio, a adolescente Clarice, além de frequentar a escola e viver o tempo do encantamento próprio da idade, passou a ministrar aulas particulares para outros alunos, no intuito de colaborar com as despesas da família. Ao mesmo tempo, fazia constantes visitas a uma biblioteca de aluguel que existiu na rua Rodrigues Alves, no centro da cidade, a ponto de fazê-la mergulhar no reino da literatura, mesmo sem receber qualquer orientação, pois ainda não conhecera Lúcio Cardoso. No meio de tantos livros, de autores nacionais e estrangeiros, foi atraída por um título, “O lobo da estepe”, de Hermann Hesse. Foi uma semente boa que fez germinar na mente da futura grande escritora o destemor para se aventurar nos caminhos da literatura. Com o novo ânimo e após outras leituras, Clarice resolveu concluir e publicar seu primeiro conto, e procurou a revista “Vamos ler”, na praça Mauá, e, ao se deparar com o diretor, escritor Raimundo Magalhães Júnior, disse: “É para ver se o senhor publica.” O diretor leu e perguntou: “Você copiou isso de alguém”? Clarice disse que não, e o conto foi publicado.
Em 1939, Clarice ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, onde conheceu o colega de curso Maury Gurgel Valente. Os dois se aproximam e surge o natural namoro. Maury lograra aprovação em concurso do Itamaraty, sendo logo nomeado cônsul de terceira classe. Clarice Lispector e Maury Gurgel Valente, em 1943, casaram-se e foram morar em Belém-PA, e, logo depois, no exterior. Após 15 anos de vida em comum, o casal se separou, e Clarice voltou a morar no Rio de Janeiro, agora com dois filhos, Pedro e Paulo.
Da mesma forma que Clarice nunca deixou a literatura, a paixão por Lúcio Cardoso foi uma constante, almas gêmeas que muito se amaram. Durante um bom tempo, Lúcio foi mentor intelectual de Clarice, e amigo sincero em todos os momentos da vida. Em crônica, após a morte de Lúcio, escreveu Clarice: “Lúcio e eu sempre nos admitimos. Ele me dissera das coisas mais inspiradas que ouvidos humanos poderiam ouvir”.