segunda-feira, 27 de maio de 2019

terça-feira, 21 de maio de 2019

REZANDO




“Rezo não para me proteger do perigo, mas para não precisar enfrenta-lo.”

RABINDRANATH TAGORE






A VOLTA




“Voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta”

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA





sexta-feira, 17 de maio de 2019

UM EQUILÍBRIO DELICADO




Zélia Duncan é uma poeta, cantora e compositora madura que atingiu um perfeito equilíbrio entre poesia, dramaticidade e romantismo, promovendo um profícuo encontro entre a literatura e a música. Sua voz harmônica é ao mesmo tempo sedutora e de qualidade. O talento é evidente. Por seu fraseado único, senso rítmico e poesia contagiante, é um dos bons nomes da nossa música.

Participamos de um seminário no Hotel Barreira Roxa, em Natal, com o tema “Arte e Cultura como Fator do Desenvolvimento”. Durante o evento, ela interpretou este poema em prosa de sua autoria. Encantou o público, e considerei adequado para a nossa Revista. A autora permitiu sua divulgação e publicação.

VIDA EM BRANCO

Você não precisa de artistas?
Então me devolve os momentos bons
Os versos roubados de nós
As cores do seu caminho
Arranca o rádio do seu carro
Destrói a caixa de som
Joga fora os instrumentos
E todos aqueles quadros
Deixe as paredes em branco
Assim como é sua cabeça
Seu céu de cimento
Silêncio cheio de ódio
Armas pra dormir
Nenhuma canção pra ninar
E suas crianças em guarda
Esperando a hora incerta
Pra mandar ou receber rajadas

Você não precisa de artistas?
Então fecha os olhos, mora no breu
Esquece o que a arte te deu
Finge que ela não te deu nada
Nem um som, nenhuma cor,
nenhuma flor na sua blusa
Nem Van Goh, nem Tom Jobim
Nenhum Gonzaga, nem Diadorim
Você vai rimar com números
Você vai dormir com raiva
e acordar sem sonhos, sem nada
E esse vazio no seu peito
Não tem refrão pra dar jeito
Não tem balé pra bailar

Você não precisa de artistas?
Então nos perca de vista
Então nos deixe de fora
Desse seu mundo perverso
Sem verso, sem graça, sem alma.





DCL PALESTRANDO SOBRE ECONOMIA CRIATIVA




SEMINÁRIO NO AUDITÓRIO DO HOTEL ESCOLA BARREIRA ROXA 
(Natal, RN)











segunda-feira, 13 de maio de 2019

DCL NA 97 FM








A BENÇÃO, DONA NICINHA




A triste descoberta é a de que não tenho mais a quem pedir a bênção.  Na verdade, posso pedir aos tios, mas não é a mesma coisa.  Da mãe, é uma graça do céu, em que ela é intermediária.  O ato de benzer produz efeitos bons e duradouros.  Estou convencido de que dar e receber bênção é uma mercê que Jesus concedeu aos homens.  Da mesma maneira que os padres consagram benzendo, pais, parentes mais velhos e padrinhos pedem a graça do Senhor sobre o abençoado.  E conseguem.

Mãe não deveria morrer.  Não morre, penso eu.  Elas, apenas,  escondem-se dentro de nós.  Em uma parte nobre do nosso corpo, onde funciona a memória do coração.  No coração se aloja a memória mais sensível.

Estava fazendo meditação em exercício de yôga. Há um momento especial em que ficamos entre a vigília e o sono, quase transe.  Senti como se estivesse prendendo um pássaro azul nas mãos.  Era bonito, pouco maior que uma rolinha.  O pássaro voou.  E era a minha mãe.  Depois, os participantes do yôga fizeram um círculo.  Novamente, imaginei o pássaro azul voando do chão para o infinito. 

O meu pai costumava brincar com ela, dizendo:
- Nicinha, se você não cuidar de mim, eu viro um foguete azul e siuuu... desapareço.  Depois, vão perguntar a você - e você que não mente - vai responder: Não, não morreu, confundiu-se com o céu.

Os dois estão voando no azul e, ao mesmo tempo, guardados em memórias do coração.

Sempre pensei que a orfandade existia para meninos.  A orfandade não tem idade.  Hoje, sabemos todos, a orfandade cresce com a idade, com a experiência de vida.

Dona Nicinha teve uma parada de funções vitais.  Surpreendentemente, melhorou e foi hospitalizada.  Não mais falou.  Apenas reconheceu cada filho, abençoou Aryam, Gilma, Daladier, Marcelo, Dina e a mim, ainda que com dificuldade de pronunciar as palavras.  Foi a última missão que se impôs, transmitir a bênção, intermediária de Deus.  Não houve uma queixa durante a doença.   Deixou aos seis filhos, vinte netos, vinte e sete bisnetos e uma trineta exemplo de fé, trabalho e dignidade pessoal.

Trabalhou duro, com o marido diabético no interior, para manter seis filhos estudando na Capital.  Economizou tudo.  Nunca aceitou a cultura do desperdício, infelizmente, tão difundida no nosso povo.  Dona Nicinha nunca admitiu excessos.  Nem faltas.  As coisas deveriam ser na medida exata, com visão exata, com palavras exatas.

Sempre entendeu ser esta vida passageira, lugar para cumprir dever, ser útil e fazer feliz.  Esteve sempre preparada para voar porque o seu lugar não era aqui.

Na presença dos seus companheiros do Apostolado da Oração, do seu Clube da Maior Idade, parentes e amigos, pedi que conservassem o belo costume brasileiro de pedir e receber bênção.  Meus filhos e netos passaram a fazê-lo agora.

Não tenho mais a quem pedir a bênção estirando a mão direita espalmada em sua direção.  A não ser em direção do azul.




DCL NA TRIBUNA








BRASILEIROS NA ÁUSTRIA






quarta-feira, 8 de maio de 2019

A PRIMEIRA COZINHEIRA




“O português encontrou no Brasil a mulher fácil, abundante, amorosa. Anchieta indignava-se em Piratininga, julho de 1554, onde as mulheres andam nuas e não sabem se negar a ninguém, mas até elas mesmas cometem e importunam os homens, jogando-se com eles nas redes porque têm por honra dormir com os Cristãos”


“O assado sangrento, sangue-por-dentro, mal passado, não era português. Era uma legitimidade indígena que a cunhã certamente oficializou para o paladar europeu. O roast-beef no Brasil é um permanente local e não inglesa.”


LUIZ DA CÂMARA CASCUDO
do livro “História da Alimentação no Brasil”


Foto: ÊNIO BEZERRA




ENTREVISTA COM MARCELO QUEIROZ








CONVITE








quinta-feira, 2 de maio de 2019

LANÇAMENTO DE VERA DANTAS





O PREFÁCIO











A MOÇA COM O BRINCO DE PÉROLA




DCL visitou em Haia, na Holanda, a famosa obra de 1665 do mestre JOHANNES VERMEER (Delft, Países Baixos. 1632 - 1675).






A VISITA DO MENINO DIÓGENES




Fã do clássico “O Pequeno Príncipe”, o desejo do menino de 7 anos Diogenes, do interior do Rio Grande do Norte e filho da professora Teresa, era conhecer o Poeta do Baobá. Desejo atendido, trouxe de presente um bonito desenho feito por ele mesmo.