quarta-feira, 27 de maio de 2020

MORRE MURILO MELO FILHO





O escritor e jornalista potiguar Murilo Melo Filho, de 91 anos, morreu nesta quarta-feira (27). Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANRL), como jornalista cobriu momentos históricos como a Guerra do Vietnã e acompanhou ex-presidentes em missões no exterior, desde Juscelino Kubitschek a José Sarney. Entre seus livros de maior sucesso está "O Desafio Brasileiro", que recebeu prefácio do ex-Ministro Reis Velloso e foi escolhido como o melhor ensaio do ano pela ABL na década de 1970.





FUI EU




FUI EU


FERNANDO PY


Fui eu esse menino que me espia
— melancólico olhar, sereno rosto,
postura fixa e o todo bem composto —
no retrato que o tempo desafia.

Fui eu na minha infância fugidia
de prazeres ingênuos, e o desgosto
de sentir tão efêmera a alegria
bem depressa trocada em seu oposto.

Fui eu, sim; mas o tempo que perpassa
e tudo altera nem sequer deixou
um grão de infância feito esmola escassa.

Fui eu: e na figura só ficou
o olhar desenganado, na fumaça
em que a criança inteira se mudou.







segunda-feira, 25 de maio de 2020

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O AMOR NATURAL




Excerto do documentário "O amor natural" (1996). A poeta Olga Savary lê o poema "Era manhã de setembro", do livro "O amor natural", de Carlos Drummond de Andrade. O documentário foi dirigido por Heddy Honigmann.







MORREU OLGA SAVARY






“No Brasil, poeta morre de fome. Mas sou apaixonada por este malandro chamado Literatura e não viveria sem ele”, disse certa vez a mulher que está entre as primeiras escritoras a publicar literatura erótica no Brasil. Olga Savary nasceu em Belém a 21 de maio de 1933. Além desta cidade, viveu em Fortaleza, Rio de Janeiro e em Teresópolis, onde residia. Escreveu prosa e poesia, além de traduzir para o português mais de meia centena de obras de nomes da literatura hispano-americana como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Carlos Fuentes, Federico García Lorca, Pablo Neruda, Octavio Paz, José Lezama Lima, Laura Esquivel, Jorge Semprún e Mário Vargas Llosa, e também os mestres japoneses do haicai Bashô, Buson e Issa. 

Publicou mais de uma dúzia de títulos, entre os quais, "Espelho provisório", o de estreia na poesia em 1970, "Sumidouro" (1977, poemas), "Magma" (1982, poemas), "Berço esplendido" (1987, poemas), "Rudá" (1994, poemas) e "O olhar dourado do abismo" (contos, 1997). Organizou importantes antologias, como "Carne viva" (1984), "Antologia da nova poesia brasileira" (1992) e "Poesia do Grão-Pará" (2001). A escritora acumulou vários dos principais prêmios nacionais de literatura, entre eles o Prêmio Jabuti de Autor Revelação (1971), duas vezes o APCA de Poesia - pelo livro "Sumidouro" (1977) e pelo livro "Anima Animalis" (2008). Olga Savary morreu no dia 15 de maio de 2020 por complicações da COVID19




ENCONTRO DE ESCRITORES




Ciro dos Anjos, Aldous Huxley e João Guimarães Rosa

Agosto de 1958, Rio de Janeiro.






terça-feira, 19 de maio de 2020

O CORAÇÃO REAL DE DALÍ





O extravagante artista espanhol Salvador Dalí (1904  -1989) é considerado um dos maiores artistas do século XX.  Assim como Michelangelo, Dalí era multifacetado e desenvolveu sua produção artística de várias formas: pintura, escultura, arquitetura, teatro, cinema, literatura e joalheria.

Entre 1941 e 1970, com a colaboração de um milionário norte-americano chamado Cummins Catherwood, Dalí criou uma coleção de joias. Catherwood forneceu milhares de dólares em pedras preciosas que Dalí encorpou a uma série de peças fabulosas. No total, 39 peças foram feitas, tendo sido trocadas de mãos várias vezes até finalmente serem vendidas à Fundação Salvador Dalí por 5.5 milhões de euros em 1999.

Talvez a peça mais intrigante de toda a coleção seja o “Coração Real“. Feita de ouro puro com maravilhosos 46 rubis, 42 diamantes e duas esmeraldas, o mais incrível sobre o coração real é como ele, perturbadoramente, batia como um coração humano.




CENA URBANA










quinta-feira, 7 de maio de 2020

FI-LO PORQUE QUI-LO




O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: “Fi-lo porque qui-lo”. Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, “fiz porque quis”. É o que presidente da República Jair Bolsonaro deveria dizer em relação às interferências do ministro do STF Alexandre de Moraes.





MORALIDADE E LEGALIDADE





Na noite desta quarta-feira (6/5), o desembargador federal Elio Wanderley de Siqueira Filho, da 1ª Turma, da 4ª Vara Federal, suspendeu a nomeação de José Arnóbio de Araújo Filho da função de reitor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Alegando moralidade e legalidade, a União vetou sua posse. Agora, volta a valer o mandato de Josué de Oliveira Moreira como reitor.

A suspensão anulou outra decisão judicial, que determinava que Arnóbio assumisse o cargo. A determinação era da 4ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, por meio da juíza Gisele Leite. A ação pedia o afastamento do reitor do IFRN, Josué de Oliveira Moreira, nomeado pelo Ministério da Educação (MEC) em 17 de abril.






FALTA MUITO POUCO





“Falta muito pouco para não faltar nada.”


GERALDO MELO






terça-feira, 5 de maio de 2020

A FLAUTA ZEN





A FLAUTA ZEN


Diogenes da Cunha Lima


          A flauta é divina,
A flauta é profana,
A flauta é a menina
Do Museu de Liubliana.
Deus dá o sopro vital,
Alenta a vida o flautista
Tornando o som musical
Na invenção do artista.

Menino, doce ilusão
Tira a flauta do mamão.
Entre as flores do jardim,
Voa a flauta de marfim.
Para brindar gente fina.
Toque a flauta de platina.
Flauta doce se desvela,
Na melodia singela.

Há flautas feitas de cana
De bambu, de porcelana.
Mozart faz magia
Na flauta sua alegria
Se tiver Zen no final
Melhor de todas, metal.






CLARICE & COMPANHIA