terça-feira, 20 de abril de 2021

ESTATUTOS DO HOMEM




ESTATUTOS do HOMEM

Artigo 7º
Por decreto irrevogável, fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da caridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.


THIAGO de MELLO
(Barreirinha, Amazonas. 93 anos)

 




O JARDIM E A CASA

 


O JARDIM e a CASA

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.


1944
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
(Porto, Portugal. 1919 - 2004)
 




A MAGIA DO SORRISO


 



quarta-feira, 14 de abril de 2021

HOJE TEM ESPETÁCULO


 
HOJE TEM ESPETÁCULO
 
E o sêo Maestro ataca a furiosa
Na marchinha militar;
Toda a moçada garbosa
Racha os peitos a tocar:
 
Paratibum... tibum... tibum...
tralalalá... tralá... larà...
Paratibum... tibum... tibum...
Tralalará...tralá... lará...
 
Daí a pouco o Diretor do Circo
Que é também trapezista e domador,
Vem e anuncia “ao muy distincto público”
Que o espetáculo “vai serr superrior”.
 
Aí, né?  todo mundo bate palma;
E enquanto o diretor se fantasia,
A meninada em peso se extasia
Com "Chupeta" o palhaço popular.
 
Chupeta brinca e mexe com a platéia,
Imita os moradores do lugar;
Pega uma viola sem cordas
E então desata a cantar:
 
As veiota, meus sinhores,
já perdero as ingrenage;
parece automove véio
qui num sai mais da garage.
 
No "poleiro" a meninada
Do "hoje tem goiabada"
E do "palhaço quem é?"
Contente com a palhaçada,
Assovia e bate o pé.
 
0 Diretor, no seu fraque,
Anuncia um outro artista:
Lá na porta da barraca
Vem JUPIRA, a trapezista.
 
Faz-se um silêncio completo,
Não se ouve um só rumor;
Só Mazinho se levanta,
Põe-se a ruflar o tambor.
 
E Jupira se equilibra
Na ponta do trampolim;
Dá um salto, pega a corda,
Nunca se viu coisa assim!
 
Sobe, faz peito-de-pomba,
Dá cada salto mortal;
É a maior trapezista,
Não pode haver outra igual.
 
E quando sobe mais alto,
A uns vinte metros do chão,
Todo mundo se estremece,
Parando a respiração.
 
Aí, Mazinho, mais rápido,
Põe-se o tambor a rufiar.
Jupira, num salto imenso,
Pega o trapézio no ar.
 
Chovem palmas e mais palmas.
Como no dia da estréia,
Jupira, de um lado e de outro,
Joga beijos à platéia.
 
E vem o drama: A Ré Misteriosa...
Sai-se depois, um a um,
Enquanto que a “furiosa”
Ataca o paratibum.
 
...Dorme o circo na praça 'abandonada;
A multidão aos poucos se retira."
É, por hoje acabou-se a marmelada
(E eu vou sonhar com Jupira).
  
............................................................
 
Assim passou, da tarde lenta na fragrância,
Na voz do circo a voz da minha infância.
 
Onde andarão Chupeta e seus gestos ridículos,
Comparando as mulheres com os veículos?
 
E Jupira, tão branca e tão frágil, esguias
Pernas bailando em mil acrobacias?
 
0 seu olhar fitando o povo, embaixo, atento,
Despertou-me o primeiro pensamento
 
De amor, a descoberta imprevista do sexo;
0 sonho se tornando mais complexo,
 
A vida se embrenhando em novos rumos, mista,
Tudo por causa de Jupira, a trapezista.
 
...Morreram, com certeza: 0 Chupeta, o palhaço,
Agonizou de dores e cansaço;
 
Jupira, numa noite, errando o companheiro,
Se esfacelou no chão do picadeiro.
 
E a charanga em sinal de respeito incomum,
Não tocou nunca mais: Paratibum... paratibum.
 
E assim como a bandinha na distância
Calou-se para sempre a voz da minha infância.
 
IVO BARROSO




LIVROS

 


Oh! Bendito o que semeia

Livros à mão cheia

E manda o povo pensar!

O livro, caindo n'alma

É germe – que faz a palma,

É chuva – que faz o mar!

 

CASTRO ALVES





DISCUSSÃO E DIREITOS


 




sábado, 10 de abril de 2021

LANÇAMENTO DE "ÉTICA PARA A BIOÉTICA"


A bioética é uma ética das questões que envolvem a vida e a saúde. demonstrando a conexão dos fundamentos da ética com a própria bioética, o livro “Ética para a Bioética”, de Gustavo da Cunha Lima Freire, será lançado em live no próximo dia 13 de abril (terça-feira), às 19h30, no Instagram: @gustavoclf, com debate entre o autor, a advogada Natália da Cunha Lima e os médicos Felipe Barros e Pedro Fraiman.
 
No prefácio, o ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas diz: “Considero-o precioso e necessário, mormente nos dias que correm. Vai ser um instrumento importante nas mãos de estudantes e profissionais das áreas jurídica e de saúde. Constitui um exemplo e um testemunho da luta por um mundo mais ético. Um mundo melhor.”
 
Gustavo da Cunha Lima Freire é farmacêutico, advogado, professor de Histologia / Fundamentos de Bioética e Tanatologia da UFRN; ex integrante do CEP - Hospital Universitário Onofre Lopes (Natal-UFRN), especialista em Direito Público, Doutor em Ciências Morfológicas ("Universidad Complutense de Madrid"), autor de "Bioética e Direito: temas atuais" (2011).
 

Outras informações: (084) 994314237
O livro “Ética para a Bioética” pode ser encontrado na Livraria Cooperativa Cultural (Centro de Convivência UFRN)
 
 


quinta-feira, 8 de abril de 2021

AS DOENÇAS DE BEETHOVEN




A história da medicina inclui a vida e a obra de grandes médicos, ou de outros profissionais, cujas biografias revelam suas contribuições para o crescimento dessa área de estudos.  Ao longo dos séculos, desfilam nomes de homens e de mulheres, cujas vidas foram capazes de modular a saga que tem Hipócrates (460a.C.-377a.C.) como marco principal. Porém, poucos percebem que as vidas de grandes vultos da humanidade, em particular as doenças que sofreram, também importam para a história da medicina. Como separar, por exemplo, as obras-primas de van Gogh (1853-1890) da doença mental que o afligiu de forma constante?   A vida de van Gogh compõe uma página da história da medicina. Da mesma forma, a vida e as doenças de Beethoven, um dos maiores gênios da música em todo o mundo, também compõem outra página similar, pois suas enfermidades foram muito mais do que a bastante conhecida surdez.


Ludwig van Beethoven nasceu a 15 de dezembro de 1770, em Bonn, Alemanha, e faleceu a 16 de março de 1827, em Viena, Áustria.  O pai, músico da orquestra da corte, rude e alcoólatra, ao perceber o talento do filho, agiu com extremo rigor, no afã de obter ganhos com as apresentações do menino, opressão também sofrida por outro gênio da música, Amadeus Mozart.  Aos 11 anos, Beethoven começou a receber aulas de música, além de literatura e de filosofia, do culto e renomado compositor Christian Neefe, seu grande mestre.  Em 1792, o mais celebrado músico europeu vivo, Franz Joseph Haydn (1732-1809), logo após conhecer Beethoven, convidou-o a morar em Viena para ser seu aluno, o que ocorreu pouco tempo depois.


Em 1796, Beethoven começou a sentir perda da audição, progressiva e constante, fato que o levou, cinco anos depois, a escrever: “Eu estava a ponto de pôr fim à minha vida, devido a um mal incurável que, nos últimos seis anos, se agravou, nas mãos de médicos incompetentes.  A única coisa que me impediu de fazer isso foi minha arte”. Beethoven não teve uma infância feliz e foi infeliz com as mulheres, pois conheceu  apenas amores platônicos. Não casou e não deixou filhos.  Quase a vida toda sofreu de colite frequente (Doença de Crohn?), furunculose, episódios de hemoptise, hepatite, dores ósseas e reumáticas, otites, entre outras mazelas.  Sua certidão de óbito atestou cirrose hepática.  Nos últimos dias, pobre e cansado, pediu ajuda aos amigos de Londres, os quais, por meio da Philarmonic Society, mandaram-lhe 100 libras.  O dinheiro chegou tarde mas serviu para pagar os funerais.  Aos amigos, no leito de morte, ele teria dito:  “Aplaudi, amigos, a comédia acabou”. No entanto, há quem defenda que as últimas palavras do autor das nove mais famosas sinfonias foram:  “Vou ouvir no céu”.


Para a história da medicina, Beethoven é um exemplo de paciente que, vítima de várias doenças, mesmo assim, revelou-se um singular gênio da música.

Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN




O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA

 




A ARTE DE MORAR

 




terça-feira, 6 de abril de 2021

PÁSCOA FELIZ

[


PÁSCOA FELIZ
 
Diógenes da Cunha Lima

 
Acendo o branco da vela
Por Jesus ressuscitado,
Coelho de Páscoa revela
Ser filho de Deus, amado.
 
Faço poemas, sou vate
Para os amigos, emoção.
E o gosto de chocolate,
Com luz no seu coração.