quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O PENSAMENTO DE JORGE LUIS BORGES




“Não há prazer mais complexo que o do pensamento.”

“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.”

“O livro é uma extensão da memória e da imaginação.”

“A leitura é uma forma de felicidade.”

“Não releio, esqueço facilmente, mas tudo o que publico supõe dez ou doze versões, sendo que a última acrescento um descuido evidente para que pareça espontâneo.”


JORGE LUIS BORGES




CONVITE






terça-feira, 20 de agosto de 2019

NA COLUNA DE SEREJO










ABC DO ADVOGADO




“Temos um advogado para como o Pai Jesus Cristo, o justo.”
     (João 2:1) 



ADVOCACIA - É a profissão da lealdade.

BEM COMUM – A ilusão é um bem comum de uso do povo.

CAUSAS – Infelizmente, um bom advogado de uma causa má vence um péssimo advogado de uma boa causa.

DIREITO – É a força social criada para subjugar forças sociais antiéticas.

ELEGÂNCIA MORAL – A elegância intelectual deve acompanhar a elegância moral.

FADIGA DA LEI – Fadiga da Lei acrescenta poder ao juiz.

GLÓRIA – Toda glória é passado.

HIERARQUIA DAS LEALDADES – O advogado deve lealdade primeiramente à Justiça, depois ao cliente.

JUSTIÇA – A lei visa o direito, o direito visa à justiça.

LEI – A bondade vence.

MISSÃO – Cultiva a profissão que a identifica com a missão.

NUNCA E TALVEZ – Acrescentar ao desconsolo do nunca a esperança do talvez.

OTIMISMO – O otimismo faz da crise o êxito.

PERDÃO – O perdão é maior que o delito.

QUEM SOMOS – Somos também o que ignoramos.

REVERÊNCIA – Reverência em sua forma extrema é bajulação.

SER EXIGENTE – Ser exigente é virtude eficiente.

TEMPO – O tempo é inelástico.

UTILIDADE PÚBLICA – Os prazeres individuais são de utilidade pública.

VIRTUDE – Faça da virtude um hábito, se não é hábito não é virtude.

XADREZ – Sabendo caminhar, um simples peão se converte em rainha.

ZERO ABSOLUTO – O zero absoluto prova a capacidade humana de imaginar.


DIOGENES DA CUNHA LIMA
2016




sexta-feira, 16 de agosto de 2019

CLARICE E MANUEL BANDEIRA




Clarice Lispector e Manuel Bandeira foram padrinhos de casamento de Lauro Moreira e Marly de Oliveira. Marly separou-se, mais tarde, e casou-se com o poeta João Cabral de Melo Neto.




SABINO E CLARICE




Fernando Sabino e Clarice Lispector - uma amizade que nasceu durante o Congresso Brasileiro de Escritores em São Paulo, em 1945, e se tornou num intenso convívio.






UMA LIÇÃO DE MACHADO






terça-feira, 13 de agosto de 2019

A ÓPERA LEONOR NO TEATRO DE SANTA ISABEL




No Teatro de Santa Isabel (praça da República, s/n, Santo Antônio, Recife, Pernambuco), o retorno de “Leonor”, ópera em um ato com música do compositor, pianista e professor pernambucano Euclides de Aquino Fonseca (1853-1929). Diferentemente do que foi encenado há 135 anos, por falta de recursos, dessa vez a montagem será exibida em sua versão completa, com cenário e figurinos. “Para ‘Leonor’ trabalhamos com os dois manuscritos de Euclides que estão na biblioteca do Instituto Ricardo Brennand, de 1883 e 1915. Juntamos todo o material e organizamos de modo fidedigno ao enredo, para que tudo composto na época seja aproveitado”, contou o maestro Wendell Kettell, à frente da regência do drama musical, que conta também com o Coro da Academia de Ópera e Repertório e da Sinfonieta da UFPE.

Realizada pela Gárgula Produções, Academia de Ópera e Repertório e Sinfonieta UFPE, com incentivo do Funcultura - conta a história de Leonor, que vem de uma família abastada na Ilha de Itamaracá e cai de amores por Antônio, um homem simples que lhe pede em casamento. A família da noiva não aceita e ele, inconformado, integra a guerra contra os holandeses e é dado como desaparecido, ocasião em que a sua amada vai viver ao lado do irmão mais velho, Dom Nuno.

Quarenta pessoas integram o elenco da ópera, entre elas Jéssica Soares e Natalina Chikushi (fazendo as vozes de soprano/mezzo-soprano), que se revezam no palco como Leonor, além de Diel Rodrigues e Lucas Melo (Don Antonio; tenor) e Anderson Rodrigues e Tiago Costa (Don Nuno; barítono).








BREVIÁRIO DO ADVOGADO




Advogados nem sempre são referidos elogiosamente, na literatura. Shakespeare, na pele do personagem Dick, O Açougueiro (em Henrique VI), dizia quando alguém falava sobre suas prioridades: “A primeira coisa a fazer é matar os advogados”. Na França do Antigo Regime, tampouco eram apreciados. François Rabelais, em Gargantua (pai de Pantagruel, só para lembrar), cita portal da Abadia dos Thelemitas: “Vós que explorais os autores e os réus/ Afastai-vos daqui, falsos juristas,/ Afastai-vos, livrando-nos assim/ Das demandas inúteis e sem fim”. Já Jess M. Braillier, em Lawyers and other reptiles, pergunta: “O que são 400 advogados, algemados, no fundo do Oceano Pacífico?” E ele mesmo responde, “Já é um começo”.

Em The New Yorker Book of Lawyer Cartoons vemos, num safari, advogados pulando sobre um carro. E o pai tranquiliza os filhos, dentro dele, “Mantenham as portas trancadas e permaneçam calmos”. Enquanto Millor (em Millor Definitivo) antecipa o Brasil de hoje, dizendo: “Grandes advogados conhecem muita jurisprudência. Advogados geniais conhecem muitos Juízes”. Sobretudo no Supremo. Para Clarence Darrow, maior advogado americano, “O problema com a lei são os advogados”. E o apresentador Jay Leno foi mais longe: “Você tem dois advogados e 14 senadores, numa sala, e diz que apenas um deles está mentindo?”

Mas prefiro caminhar em outro sentido nesse quase 11 de agosto, Dia do Advogado. E cito Dickens (A Loja de Antiguidades): “Se não houvesse gente ruim, não haveria bons advogados”. Ou Eduardo Couture (Los Mandamientos del Abogado): “A advocacia é uma árdua fadiga posta a serviço da Justiça”. Ou, ainda, lembro livro clássico de Calamandrei (Eles, os juízes, vistos por nós, os advogados), “Julga-se vulgarmente que a missão do advogado consiste em se fazer ouvir por juízes. Realmente, o ofício mais humano dos advogados é ouvir os clientes. Dar, às almas inquietas, o alívio de encontrar no mundo um confidente de suas inquietações”. Ou Ruy Barbosa, nessa referência para a advocacia que é Oração aos Moços, ao sugerir “Não ser baixo com os grandes, nem arrogante com os miseráveis”. Mas encerro essa espécie de Breviário com palavras de José Paulo Cavalcanti, meu pai, em discurso de paraninfo (1964): “Do advogado sobretudo importa dizer que ninguém vê tão de perto o homem, no seu trágico barro rareado de estrelas”.

JOSÉ PAULO CAVALCANTI




DIAS DOS PAIS EM RECIFE















TRIBUTO A DCL




O advogado e escritor DIÓGENES DA CUNHA LIMA, presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, será homenageado pelo Festival de Cinema de Natal. É o nosso reconhecimento pela sua valiosa contribuição nos cinco anos em que exerceu a Presidência de Honra , inclusive, como seu representante na cerimônia oferecida pelo prefeito do Rio de Janeiro a delegação potiguar do FestNatal. 

Na reunião do Conselho Estadual de Cultura, amanhã (13), às 16 horas, presidida pelo escritor Iaperi Araújo, Diógenes será agraciado com a Menção Especial comemorativa dos 30º do primeiro dos festivais de cinema do RN e convidado para ser o Presidente Honorário do FestNatal.

VALÉRIO DE ANDRADE




quarta-feira, 7 de agosto de 2019

LANÇAMENTO: "SIMPLESMENTE HUMANOS"




“Traz evidente a marca do autor: perfis, pequenos ensaios, escritos numa linguagem simples, objetiva, que prende o leitor da primeira à última página.”

NEI LEANDRO de CASTRO





MYRIAM COELI: BRANCO & NANQUIM





ODE AO BOI

a Diogenes da Cunha Lima


Boi solar,
rupestre,
nesta ode investe
com ternura lúcida
seu debuxo exato,
o compasso de seu passo
e olhar de vidro opaco.
Em aladas narinas
cavalga o vento
e inventa
a flauta avena
no cálido tempo.
Seus calcinados dentes
cravam sinais de pastos
florescendo tardo
em sonhos.
O mugir é trompa
de quase humano grito
em campos de sodomas mortas
que o sal amarga,
faz da boca, brasa.
Patas cavam solidão e espaço
- searas que não incensam.
Debaixo do silêncio
O boi agrestino dorme
Sob céus de calor e
Em incesta terra, viúva na caatinga
Clamando verde que não rebenta.
Mas se os olhos abre
é aprendiz da inútil espera
de pastos e águas de rurais antigas.

Seu frágil corpo
embarca ao vento
o diadema de seus chifres,
a curtida pele em varal de ossos.
E a cauda do seu universo tira o ritmo
de supostos remos da taciturna angústia.

Adversário de sua placidez e das coisas que o animam
tão rude e campesino,
o homem,
nas setas de sangue
alongará seu corpo até à mesa
- víscera das coisas vivas
Que transforma em holocausto e tabor
para que sinta no estigma da carne viva
carne morta.

Dourado de fatias
Jaz seu corpo magro
de azeite untado,
sem memória. Desfigurado.
Assim cumprido,
o bíblico boi divide
sua carne vermelha e solidária
a farsantes e plebeus.
E conserva
o que no homem forma
de circunstancial:
memoráveis feitos
do Bem e do Mal.






terça-feira, 6 de agosto de 2019

NOSSO RICO ESTADO POBRE




"Nosso Rico Estado Pobre", palestra de Diogenes da Cunha Lima 
no Instituto Geográfico e Histórico do Rio Grande do Norte
01 de agosto de 2019









segunda-feira, 5 de agosto de 2019

CASCUDO NO MEC




Registro de vinte anos de convivência afetuosa, admiração crescente entre autor e discípulo, leitura da obra de Câmara Cascudo e interesse pelos fatos marcantes de sua vida, o livro “Cascudo, um Brasileiro Feliz”, de Diogenes da Cunha Lima, terá sua 5ª. Edição. Desta vez, foi adotado pelo Ministério da Educação (MEC) e será reeditada em 80 mil exemplares para a rede de ensino federal. Não se pretende que seja uma biografia tradicional. São retalhos de uma vida bonita, de um trabalho profícuo e sua projeção no panorama cultural do Brasil.

O escritor Diógenes da Cunha Lima conheceu o biografado aos 13 anos de idade, depois foi seu aluno na Faculdade de Direito de Natal. Promotor cultural e da sociedade, Luís da Câmara Cascudo estimulou pessoas e instituições. Criou a Universidade Popular e, depois, respaldou a criação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Fundou a Academia Norte-rio-grandense de Letras, deu vida ao vetusto Instituto Histórico do Estado, criou a Associação Brasileira do Folclore, a Sociedade Araruna de Danças Antigas e Semidesaparecidas.

A sua obra, com quase cento e cinquenta livros publicados, é também espantosa em qualidade. Mas, acima de tudo, é obra quase impossível de ser feita por um único homem, senão por uma universidade inteira. E Cascudo fez tudo sozinho. A ideia central deste livro é transmitir um pouco da vida de um feliz brasileiro, um mestre que sabia explicar e identificar o seu povo. Ele costumava dizer: “O melhor produto do Brasil ainda é o brasileiro”.