segunda-feira, 29 de julho de 2019

PARABÉNS AO AMIGO, IRMÃO E MESTRE




Cunha Lima, receba o fraternal  abraço do filho de Seu Chicó fazendeiro criado na dureza da vida, mas com a sensibilidade de  escrever uma bela crônica sobre seu casamento.  Sei do apreço e admiração que ele tinha por você.  Ouvi dele muitas vezes, uma frase que soava como uma oração: amizade boa é aquela passa de pai para filho. Pensando nisso, a família de Zefinha\Chicó, com raízes fincadas no Bom Destino abraça o aniversariante desejando-lhe Boa Fortuna.

Saudades das suas aulas: Um minuto com o Mestre na Academia Flex.
                                                                                                   
Recomende-nos a sua amada Vera e recebam nosso abraço, Haroldo\Família  

Haroldo Pinheiro Borges





MENSAGEM AO PAI




Tenho um PAIfessor que me ensina desde pequena. Ele não deixa chamar jerimum de abóbora, macaxeira de mandioca, nem Forte dos Reis Magos, ao invés da imponente Fortaleza. Também me ensinou  a sentir poesia, sendo sua vida o próprio poema. Para um poeta, uma flor nunca é só uma flor, imagine o  seu baobá, que cuida com muito carinho. Com ele, aprendi que a memória deve ser seletiva. Lembranças felizes devem  recitadas em detalhes. As amargas, esquecidas totalmente. Como um camaleão,  reinventa-se e se adapta.  Aos 82 anos completos hj , é um homem em construção, ávido por novos projetos (a maioria em benefício da sua cidade), novas aventuras e muitos planos, impregnados de positividade e fé. Ensina pelo exemplo. Sua máxima de ser útil e feliz é cumprida cotidianamente. Nas aulas sobre valores deixa claro que tempo vale muito mais que dinheiro. E se ele voa, meu mestre o pilota com a serenidade de quem sabe o valor do presente, a importância do passado e a eminência do futuro, para o qual idealiza brilhantes ações.

Nos ensinou sobre o amor, mas com pouquíssima psicologia. Quando crianças, dizia  - em separado, a todas nós - que éramos a filha predileta, até eu armar o circo para descobrir a tal brincadeira. Até hoje, é tanto amor dos seus 4 filhos que ainda brigamos por sua predileção, sua companhia, pelas suas lições. Como bons alunos,   passaremos nossas vidas tentando ser  úteis e felizes e ... jamais chamaremos jerimum de abóbora!

Cristine Tinoco da Cunha Lima Rosado











MENÇÃO HONROSA







terça-feira, 23 de julho de 2019

A MULHER MAIS ADMIRADA DO MUNDO




Michelle Obama é oficialmente a mulher mais admirada do mundo. Segundo pesquisa conduzida pelo Instituto YouGov, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos ultrapassou Angelina Jolie (primeiro lugar no ano passado) como a personalidade feminina mais inspiradora. Na segunda posição, ficou a apresentadora Oprah Winfrey, com Angelina em terceiro. A rainha Elizabeth ficou em quarto, Emma Watson em quinto. Em 2018, Michelle lançou sua autobiografia ("Minha história"), traduzida para com 24 idiomas. Só na primeira semana, foram vendidas 1,4 milhão de cópias só nos EUA e Canadá.





MARIO VARGAS LLOSA SOBRE EZRA POUND




“É difícil identificar nesse homem generoso e altruísta o Ezra Pound que, durante a 2.ª Guerra Mundial, exortava na rádio italiana os jovens recrutas americanos a desertarem de suas fileiras e repetia todas as crueldades que os nazistas atribuíam aos judeus. Por isso ele foi capturado pelo Exército americano e exibido por toda a Itália em uma jaula, como um louco furioso. Em seguida, nos EUA um tribunal, para não fuzilá-lo por traição à pátria, declarou-o insano. Ele passou um bom número de anos num manicômio.”





quarta-feira, 17 de julho de 2019

A PRIMAVERA








LANÇAMENTO DE “O BRASIL INEVITÁVEL”




“O Brasil Inevitável”, de Mércio Gomes, antropólogo que atuou junto com o grande Darcy Ribeiro, durante vários anos, será lançado nesta quinta-feira (18), das 18 às 22 horas, na Academia Norte-rio-grandense de Letras, sendo considerado livro de leitura quase obrigatória, pois ele faz um estudo e analisa o comportamento do brasileiro, ontem e hoje.

Professor de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio/Funai e autor, dentre outros livros, de “O Índio da História e Darcy Ribeiro”, ele revê com um olhar histórico-antropológico as principais análises sobre classes e estamentos sociais, desigualdade social e cultural, a cultura em sua prática social, regimes políticos, colonialismo, escravidão, servidão, bem como sobre como brasileiros e estrangeiros vêm pensando e argumentando sobre nosso país. O livro debate com seus principais intérpretes, entre tantos, Gilberto Freyre e Sergio Buarque.

A obra enfatiza o papel do inter-relacionamento entre portugueses, indígenas e negros nos primeiros dois séculos na formação dessa cultura básica, sua miscigenação na formação do “povão” e sua contínua forma de existência através de vários sentimentos, inclusive o ralo amor que temos pela natureza, parte de nossas formas de violência e nossos modos de resistência a comportamentos exógenos.

Como o leitor vai constatar, o livro de Mércio Gomes é muito mais que um estudo antropológico para suprir a demanda dos estudiosos do Brasil e das bibliotecas acadêmicas. Ele provoca o leitor a ir adiante. Ir além dos parâmetros acadêmicos que balizam respostas ‘razoáveis’ para tantas perguntas acumuladas ao longo da história brasileira.

Lançamento: “O Brasil Inevitável”, de Mércio Gomes.
Local: Academia Norte-rio-grandense de Letras
Data: 18 de julho de 2019, das 18 às 22h.





terça-feira, 16 de julho de 2019

BARRACOS EXTRALITERÁRIOS

manuel bandeira




Humberto Werneck, O Estado de S. Paulo
16 de julho de 2019


No mundo da literatura, o mais sensacional nem sempre está nas páginas do livro. Nas histórias que aqui vão, bons autores revelam-se também bons personagens

Difícil, hoje, imaginar Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda, dois gigantes das letras nacionais, envolvidos numa troca de sopapos. Pois foi o que aconteceu, não se sabe ao certo se nos últimos dias de 1934 ou nos primeiros de 35. O cenário do entrevero: o prédio onde hoje funciona a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, que abrigava então o Ministério da Educação e Saúde Pública.

O ministro era Gustavo Capanema, e Drummond, seu chefe de gabinete, por ele trazido de Belo Horizonte em meados de 1934. O poeta, aos 32 anos, já era casado com Dolores e pai de Maria Julieta. Tinha dois livros publicados, Alguma Poesia, de 1930, e Brejo das Almas, de 1934.

Sérgio Buarque, da mesma idade, era jornalista e estava a meses de conhecer Maria Amélia Alvim, com quem se casaria em 1936 – ano, também, de sua estreia nas livrarias, com aquela que ficaria sendo a sua obra mais conhecida e celebrada, Raízes do Brasil.

Solteiro, já deitara raízes de outra natureza: era pai de um filho que jamais chegaria a conhecer, gerado nos anos em que viveu em Berlim, Sergio Ernst, o “irmão alemão” em torno do qual se passará o romance homônimo de Chico Buarque.

Sem serem íntimos, proximidade que o temperamento reservado do poeta não facilitaria, Sérgio e Carlos eram amigos – camaradagem que o supracitado entrevero viria turvar por algum tempo. Motivo do bafafá: uma namorada de Sérgio, que trabalhava no ministério, e para a qual o chefe de gabinete teria arrastado a asa.

“A última do Sérgio”, contou Manuel Bandeira, amigo de ambos, a Gilberto Freyre, numa carta de 17 de janeiro de 1935: “A namorada (irmã da Germaninha) foi requisitada para trabalhar no Ministério da Educação. O Carlos Drummond engraçou-se com ela, uma coisa à toa, e o nosso Sérgio entrou pelo gabinete um belo dia e atracou-se com o Carlos. Acudiu o pessoal, o Peregrino levou uma sobra na cara, e o Sérgio gritava indignado para o Carlos: ‘Seu poetinha de merda!’”.

A Germaninha citada por Bandeira era a cantora Germana Bittencourt, falecida em 1931, e o camarada para quem sobrou tabefe, o escritor Peregrino Júnior, futuro membro da Academia Brasileira de Letras.

A maior vítima da cena de pugilato poderiam ter sido os óculos de Sérgio Buarque de Holanda, que no empurra-empurra lhe saltaram do rosto. Só não foram esmigalhados porque o jornalista Prudente de Morais, neto, amigo dos contendores, os recolheu a tempo. No dia seguinte, o chefe de gabinete do ministro mandou entregar os óculos na casa do adversário.

Ao contrário do que se chegou a escrever, o incidente não comprometeu a amizade de Sérgio e Drummond, restabelecida ao cabo de um período de estranhamento. Sobre ele, Chico Buarque chegou a conversar com o poeta, numa rememoração a que não faltaram gargalhadas. Lamentavelmente, talvez já não se possa saber quem era a moça pela qual Sérgio e Carlos se engalfinharam.

Talvez Ruth, a mais nova das irmãs de Germaninha, a quem Bandeira, em outro escrito, se refere carinhosamente, e que veio a se casar com um futuro brigadeiro, o qual, como o J. Pinto Fernandes do poema de Drummond, não tinha entrado na história.

Tão difícil quanto imaginar aquela briga, seria hoje escalar, entre os escribas em atividade do País, uma dupla cuja estatura literária pudesse comparar-se à de Sérgio Buarque de Holanda e de Carlos Drummond de Andrade.

BOFETADA NO ROSTO

Outro barraco memorável, embora sem pancadaria, foi aquele que envolveu Manuel Bandeira e um casal de amigos seus: a cantora Elsie Houston, meio brasileira, meio americana, e seu marido, o poeta surrealista francês Benjamin Péret. Quando Elsie se matou em Nova York, em 1943, Bandeira escreveu pequeno e comovido registro no qual menciona uma briga que os separou por anos. A moça, conta, “uma vez, na minha casinha de Santa Teresa, teve um gesto cujo realismo sacrílego encheu-me de revolta e levou-me a cortar relações com o casal”.

Que sacrilégio teria sido aquele? Bandeira, discreto, preferiu não dizer, mas outro relato, do poeta Murilo Mendes, permitirá fechar a história, ao revelar, não os santos, mas o milagre: “Contaram-me que, em pleno furor do movimento ‘modernista’, na época em que o cúmulo da inteligência e da elegância consistia em se dizer ateu, a-religioso, anticristão etc., um casal de modernistas em delírio (surrealistas) foi visitar Manuel Bandeira (...). Entrando no quarto do poeta, avistaram os dois um crucifixo e ficaram ‘escandalizados’, exigindo do poeta que o atirasse fora. Bandeira indignou-se e convidou o casal a dar o fora logo”.

Da parte de Benjamin Péret, pelo menos, não se tratou de uma agressão isolada. O mesmo Murilo deu notícia de episódio semelhante, ainda mais grave, num dos artigos do livro póstumo Recordações de Ismael Nery: “Em 1929 realizava-se na casa de conhecido poeta uma reunião a que comparecia todo o mundo literário e artístico do Rio e de São Paulo. De repente surge uma discussão sobre assuntos religiosos e um escritor surrealista francês, de passagem pelo Rio, tipo fisicamente forte, arrogante, insulta o Cristo. Ismael aplica-lhe uma bofetada no rosto. Produz-se uma enorme confusão. Os dois contendores são apartados, e a reunião é dissolvida. Foi o apogeu do modernismo”.

O objeto, de marfim, que tanto horrorizou Elsie e Benjamin era da particular estima de Bandeira, que a ele dedicou um poema, O Crucifixo: “(...) Hoje, em meu quarto colocado,/ ei-lo velando sobre mim./ E quando se cumprir aquele/ instante, que tardando vai,/ de eu deixar esta vida, quero/ morrer agarrado com ele./ Talvez me salve. Como – espero –/Minha mãe, minha irmã, meu pai”.

Com Péret, não teve volta, mas com Elsie as mágoas puderam se apagar no coração de Bandeira. “Um dia”, contou ele, “em plena Avenida Rio Branco, nos encontramos tão de surpresa, o sorriso de Elsie era tão cordial que, antes de qualquer resolução consciente de minha parte, o abraço veio e fizemos as pazes.”





quarta-feira, 3 de julho de 2019

O AMOR




“Há quem diga que o amor é um pássaro”

W. H. AUDEN






BREVIDADES




O que salta das páginas são passagens que nos levam a ver e conhecer paisagens e pessoas, do interior e do acolá, além fronteiras. São conversas com gentes, a exemplo dos filhos pequenos e um sábio sertanejo, curtido de sol e idade, de quem sorve lições. São as coisas da cultura, tema que lhe é tao afeito, expressas em música, cinema e outras formas mais; são mergulhos na história de lugares e de pessoas; debruça-se sobre as coisas do viver, do viajar, do ver e do perceber.

PAULO BENZ






O BRASIL INEVITÁVEL




Neste livro aprendemos que precisamos nos afirmar como cultura mestiça, com base moral, com problemas éticos e com desejo de beleza e transcendência. O Brasil é inevitável porque o que ele foi é o que foi, e não poderia ter sido diferente, e não é pouca coisa e não se precisa lamentar. O que é e o que será cabe a nós definir a partir de agora. Enfim, cabe a nós nos conscientizarmos do que somos – e do que podemos ser – a partir de uma visão que engloba aspectos conservadores, liberais, nativistas e utópicos.

ANTONIO RISÉRIO