quinta-feira, 31 de março de 2016

PROFESSOR ÁTICO VILAS-BOAS DA MOTA




ÁTICO VILAS-BOAS DA MOTA

(Livramento do Brumado, 11 de outubro de 1928 - Macaúbas, 26 de março de 2016)


Pesquisador, historiador, professor, folclorista, tradutor e linguista brasileiro, radicado na cidade baiana de Macaúbas, especializado na história e cultura da Romênia e dos ciganos. Sócio de honra da Academia Norte-rio-grandense de Letras. “Era um intelectual de mão cheia”, afirma Diogenes da Cunha Lima.



segunda-feira, 28 de março de 2016

LIVREI MEU CORAÇÃO


Livrei meu coração das angústias
Porque os amigos estão morrendo
Todos, um a um. Fica somente
Um silêncio denso, bem presente.

Yolanda, que não gostava de tardes,
Amavas as flores vermelhas,
Morreu quando o dia veio.
Lúcio, forte e bom, homem duro,
Numa sexta-feira, dia de expediente,
Morreu de câncer nos rins.

Todos estão morrendo
Com horas, lugares, os outros assistindo
Mas a causa mortis maior
A que sinto – única – e realmente triste
É a vida.

Por tudo isso
E pelo que mais consta
Na busca peregrinante,
Com truque de mágica
Vagabunda e desconsolada,
Livrei meu coração das angústias.

Não quero mais certezas teológicas,
Nem tudo que o homem bom inventou
Nos momentos emocionais
Para movimentos e permanências
Tardes e madrugadas, tudo vão,
Inútil e cansado, nebulosas.

Que venham os deuses e diabos confraternizados
Ferindo zambumbas e oboés
Unindo em abundantes e perfeitas lágrimas
Lembranças dos tempos clássicos
Em que era a ilusão.
Quero é o sol de espartilho,
Os asilos abertos como agora,
Tudo afastado e bom,
Pois o lugar
Mais distante da angústia
É a angústia morando.



Diogenes da Cunha Lima




quarta-feira, 23 de março de 2016

DOM NIVALDO MONTE




DCL é contra venda de área do Mosteiro de Sant’ Ana, na localidade de Emaús (Parnamirim), onde está sepultado o arcebispo Dom Nivaldo Monte. A denúncia foi feita no artigo do padre João Medeiros Filho, “Seja Feita a Sua Vontade”, publicado na Tribuna do Norte, em 22 de março de 2016.





LANÇAMENTO DE LIVROS DE MANOEL ONOFRE JR.





terça-feira, 22 de março de 2016

DCL COM O PREFEITO DE GUARABIRA




DCL e o prefeito de Guarabira (Paraíba), Zenóbio Poscano.








PROGRAMAS DE RÁDIO




Diogenes da Cunha Lima sendo entrevistado nas rádios Constelação e Rural, de Guarabira, Paraíba. Falou sobre seu livro "Ronaldo Cunha Lima - Um Nordestino de Todo Canto".









LANÇAMENTO EM GUARABIRA




Diogenes da Cunha Lima lançou no dia 19 de março, na Associação Comercial de Guarabira, Paraíba, o livro "Ronaldo Cunha Lima - Um Nordestino de Todo Canto". Guarabira é a terra natal do biografado.










sexta-feira, 18 de março de 2016

DIÓGENES: SAXOFONISTA APRENDIZ



Valério Mesquita


Essa história começa por homenagear a memória da  saudosa e querida Moema Cunha Lima, então esposa do intelectual Diógenes da Cunha Lima Filho, ao tempo em que o fato ocorreu. Ela incentivava o marido em todos os campos de sua atividade: no exercício da advocacia, do magistério superior e na vida acadêmica pelo seu aprimoramento e elevação cultural. De plano, convenceu-o a estudar e a aprender saxofone. Captava no instrumento um som mágico, de musicalidade incomparável, somente ouvida nas Jazz’s Band dos States. Logo contratou o renomado professor saxofonista João Batista da Silva, a “patativa do Vale do Assu”, assim conhecido pela sensibilidade e virtuose com que dominava o requintado instrumento.

E por via aérea, de Milão, Itália, o saxofone chegou afinal para o sopro inaugural do imortal Diógenes, sob a preleção do maestro assuense. Havia ansiedade no ar. Incertezas, talvez. Mas, Cunha Lima sempre se revelava um predestinado em tudo que se envolvia. Era o homem que, tempos depois, daria cem respostas as centenas de perguntas de Pablo Neruda; aquele que veio a descobrir hoje o navegante aéreo Saint Exupéry planando e flanando sobre o seu baobá. Quem sabe, o vate de Nova Cruz não poderia consagrar-se “um saxofonista no telhado”, em vez do violinista, a exemplo do clássico filme que tanto êxito obteve em todo o mundo. Pois bem, dúvidas não iriam obstar o aprendizado, arrancando sons imperscrutáveis no ritmo das baladas quentes dos anos dourados. Ou até mesmo, na execução nostálgica de “Praieira”, de “Royal Cinema” ou de alguma nobre composição do maestro Felinto Lúcio.

A partir daí, o mestre João Batista da Silva montou o seu projeto sax-pedagógico no mais conhecido sucesso, à época, da música popular brasileira: o chorinho “Saxofone, por que choras”, criação de Severino Rangel de Carvalho (o saudoso Ratinho). Mas, ao cabo de três meses de aulas intensivas, o professor não se revelava feliz. Refiro-me aquela satisfação plena e confiável de que falava o lente latinista José Melquíades quando se reportava ao aproveitamento do aluno José de Vasconcelos Rocha no aprendizado da “Última Flor do Lácio” (o latim). Irresignado, o musicista queixou-se a D. Moema: “Até a embocadura do instrumento ele não soube levar à boca… E eu fui obrigado a dizer-lhe, que em toda a minha vida nunca tive aluno igual. Doutor Diógenes, no entanto, me passou uma grande lição. Aprendi a compreender a razão por que realmente o saxofone chora”. Diógenes deserdou a carreira mas não abandonou a bossa. Ainda.

A história me foi narrada pelo professor universitário e acadêmico João Batista Pinheiro Cabral e dou fé.




quinta-feira, 17 de março de 2016

PRESENTE




Diogenes da Cunha Lima recebeu de Tarcísio Costa o disco “Istros (Danai canta Neruda)“, da cantora e escritora  grega Danai Stratigopoulou, lançado em 1969 pelo DICAP gravadora. Como o próprio título sugere, é uma homenagem ao poeta chileno Pablo Neruda, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.



FRASE DO DIA



Coração de homem é terra que ninguém anda.

Provérbio popular



quarta-feira, 16 de março de 2016

AUTA DE SOUZA por MANUEL BANDEIRA



“A pesquisadora Leide Câmara encontrou uma maravilha, uma raridade: uma crônica de Manuel Bandeira sobre o livro de Cascudo “Vida Breve de Auta de Sousa”, publicada em 1961, num jornal de São Paulo. Para mim, o mais significativo foi a observação do Poeta ao contar que Cascudo amava tanto Natal que nem se dava ao luxo de viajar para  receber prêmios literários importantes. Confira.”


DCL







FRASE DO DIA



Tenha coragem. 
Não tenha medo de sonhar coisas grandes!

PAPA FRANCISCO



AS MULHERES NA POLÍTICA DO SERIDÓ

Publicado no PORTAL NO AR 
blog PONTEIO, de Aluísio Lacerda


AS MULHERES NA POLÍTICA DO SERIDÓ

Fernando Antônio Bezerra


Na semana que lembra os direitos da mulher e destaca seu protagonismo político e social, recordo, deste canto de página, a boa fibra da mulher seridoense, algumas das quais que assumiram postos de liderança e escreveram, com merecido destaque, seus nomes na história.

A primeira delas, certamente, é Júlia Augusta de Medeiros nascida no Caicó de todos nós, na Fazenda Umari, no dia 28 de agosto de 1896, filha de Antonio Cesino de Medeiros e Ana Célia Amélia de Medeiros.

Júlia Medeiros exercendo seu direito de votar.Júlia Medeiros é uma das mais importantes personalidades da história de Caicó. Adauto Guerra Filho, pesquisador e escritor, chega a afirmar que ela é a mulher mais importante da história de Caicó — foi professora e, sendo excelente oradora, era chamada para fazer saudações a autoridades e a falar em público em ocasiões festivas da cidade; foi a primeira mulher a dirigir um automóvel em Caicó; também a primeira conterrânea a viajar de avião e a pioneira a votar no Seridó.

Para que o voto feminino se consolidasse como um direito foi preciso uma luta de anos. A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino foi uma das instituições nacionais que se destacaram nesta luta. Sua Presidente, Bertha Lutz, visitou Caicó e estabeleceu com Júlia Medeiros uma posterior comunicação por cartas sobre temas de interesse da luta feminista daquela época.

Júlia também foi, anos depois, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Caicó (1951-1954 e 1954-1958).

VOTO FEMININO

Sobre o voto feminino, é necessário – fazendo justiça – destacar a sensibilidade e o apoio que a causa teve dos seridoenses José Augusto Bezerra de Medeiros e Juvenal Lamartine de Faria.

No Seridó, ainda sobre o tema, a primeira inscrita como eleitora é de Acari. Segundo pesquisa de Rostand Medeiros no sempre consultado sítio eletrônicowww.tokdehistoria.com.br “a professora Marta Maria de Medeiros, de 24 anos, nascida e morando na Fazenda Rajada, filha do fazendeiro e coronel nomeado da Guarda Nacional Joaquim Paulino de Medeiros e da senhora Maria Florentina de Medeiros (conhecida como Dona Maricota), buscava junto ao Juiz da cidade, João Francisco Dantas Sales, o seu alistamento eleitoral, pois preenchia todas as condições para a inscrição.

A decisão do juiz Sales, ante o pedido da professora, foi publicada oficialmente no dia 10 de dezembro de 1927, tornando-a a quarta eleitora do Rio Grande do Norte e a primeira da região do Seridó.”

A primeira eleitora no Estado do Rio Grande do Norte é de Mossoró. Foi, aliás, “a primeira mulher oficialmente alistada e a primeira a receber um título eleitoral na América do Sul”:professora Celina Guimarães Vianna (Diário Oficial, em 25 de novembro 1927).

Não foi uma luta fácil. Os primeiros votos foram, inclusive, questionados. Em 1929, contudo, uma primeira mulher foi eleita. Em Lages-RN, Alzira Soriano se elegeu Prefeita, sendo a primeira mulher a ocupar tal cargo no Brasil.

No Seridó demorou um pouco mais a termos Prefeitas. Florânia foi a primeira cidade do Seridó a ter uma Prefeita: Possidônia Medeiros (Santa Laurentino). Jardim de Piranhas(Daura Saldanha) e Jardim do Seridó (Maria José de Medeiros) foram as seguintes. Mas os Municípios de Acari, Ipueira, Equador e Ouro Branco também já elegeram mulheres para o mais destacado cargo do Executivo local.

É consenso que o espaço político vai se ampliando, sobretudo pela atuação eficaz de muitas mulheres nas Câmaras e Secretarias Municiais, porém muito se deve as pioneiras, nem tanto lembradas como mereciam. E, mesmo não citando o nome de todas, espero ter provocado a lembrança e a homenagem as que não foram citadas.

Quanto a Assembleia Legislativa, a primeira mulher Deputada Estadual no Rio Grande do Norte é uma conterrânea seridoense de Currais Novos. Trata-se de Maria do Céu Pereira Fernandes, eleita em 1934. Depois de Maria do Céu, recordo somente outras duas seridoenses na Assembleia Legislativa: Monica Nóbrega Dantas e Ivonete Dantas. Teríamos tido mais alguma?

Monica Nóbrega Dantas, acariense, nascida em 1915, no dia 5 de maio e falecida em 18 de julho de 2000, foi Deputada Estadual por dois mandatos e Prefeita de Macaíba também por duas vezes. Ela era casada com Francisco Seráfico Dantas, empresário e agropecuarista que também foi Deputado Estadual e Prefeito de Acari. Ivonete Dantas, por sua vez, é caicoense, nascida em 16 de agosto de 1959. Foi Deputada Estadual por um mandato, eleita em 1994. Foi, também, Suplente de Senador, chegando a assumir o mandato por alguns períodos até concluir, como titular, a legislatura passada (2014-2015).

Com raízes no Seridó, duas deputadas federais já se elegeram: Wilma de Faria (1986) e Zenaide Maia (2014). Aliás, Wilma de Faria, inclusive, chegou ao Governo do Estado por duas vezes (2002 e 2006). Levam consigo a poeira do Seridó que contagia e nos cobra a fazer bem feito.

Como declarou, certa vez, o poeta Diógenes da Cunha Lima, ex-reitor da UFRN: “o Seridó é uma civilização solidária. Região desfavorecida pelo clima, nuvens e chão; é beneficiada pelo homem, sua vontade, sua decisão. E pelas bênçãos de Deus”.




terça-feira, 15 de março de 2016

“BAOBAH – A ÁRVORE SAGRADA”





Início das filmagens de “Baobah – A Árvore Sagrada”, curta-metragem de ficção com direção e roteiro de Antonio Nahud, fotografia de Roberto Santos e produção de Diogenes da Cunha Lima.




LANÇAMENTO DE "PRAIEIRA"


A pesquisadora potiguar Leide Câmara lançou “Praieira – A Canção da Cidade do Natal, 93 anos”, dia 10 de março, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. 


Genibaldo Barros, Leide Câmara e Eulália Barros

Manoel Onofre e Leide Câmara

Paulo de Tarso, Ana Maria, Leide Câmara e Sonia Faustino

Airton e Eymar Fonseca e Leide Câmara

Cassiano Arruda Câmara e Leide Câmara

Coral de 90 vozes

Diva Cunha e Leide Câmara





BEIJA-FLOR FAZ NINHO EM ORELHÃO DE JOÃO PESSOA




Nasceu o segundo filhotinho do casal de beija-flores que há poucos dias fez ninho no fio do orelhão instalado na calçada oposta à do Tribunal de Contas da Paraíba, bem em frente ao portão principal.

“Que tal chamar os recém-nascidos de Lis e Flores Belas?”, propôs o presidente do TCE-PB, Arthur Cunha Lima ao ser informado da novidade pelo tenente-coronel Souza Neto, chefe da Assessoria de Segurança.

Foi o olhar vivo dos militares a serviço do TCE que primeiro percebeu o vai e vem do casal de pássaros. Depois disso, o local foi isolado por cones e cordas e ganhou o aviso: “Cuidado. Ninho de beija-flor”.

Famosas, porquanto motivo de notícias na tevê, rádio e portais da internet, as avezinhas acostumaram-se à aproximação dos curiosos. Não se mexem sob o clique das câmeras fotográficas.

Tornaram-se protagonistas de algo emblemático: o fim da era dos orelhões decretado pela telefonia móvel. E, de resto, trazem para boa parcela da cidade barulhenta e estressada instantes de paz e enternecimento.






segunda-feira, 14 de março de 2016

14 de MARÇO - DIA NACIONAL DA POESIA




Poesia é quando a palavra atinge a excelência. 
É a harmonização da palavra em beleza e estética. 
Natal pode se dar o luxo de ser a capital brasileira 
com o maior número de poetas.

DCL



BRAZIL COM Z






Diogenes da Cunha Lima e Antonio Nahud 
na revista espanhola BRAZIL COM Z



quinta-feira, 10 de março de 2016

quarta-feira, 9 de março de 2016

TÁXI GRATUITO EM SÃO PAULO

Diogenes Neto, o taxista Ronaldo e DCL



Esta semana, em São Paulo, ao pegarem um táxi, Diogenes da Cunha Lima e o filho Diogenes Neto ouviram a seguinte pergunta do taxista: “Vocês são nordestinos?”. Responderam positivamente. O motorista continuou: “Sou de Campina Grande, na Paraíba. Me chamo Ronaldo. Minha família era 'babão' dos Cunha Lima”.

Surpreso, Diogenes disse que além de ser primo de Ronaldo, escreveu um livro sobre ele. Foi uma grande alegria. O taxista não cobrou a corrida, mesmo contra a vontade dos passageiros. De presente, ganhou a biografia “Ronaldo Cunha Lima – Um Nordestino de Todo Canto”.

Impressionado com o acontecimento, Diogenes se lembrou de um relato de Câmara Cascudo. O mestre resolveu tomar uma cerveja na Ribeira. Parou no primeiro boteco. Na hora de pagar a conta, o garçom disse que ele era o responsável pela conta, pois estava honrado em atendê-lo. Cascudo ficou todo satisfeito. 




terça-feira, 8 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER




Mulher, a metade mais sensível, calma e flexível, 
a metade mais bonita da humanidade.



Mulher, mulher,
Pensamento de cores,
Luz e som,
És minha rosa dos ventos,
És meu ser, meu lado bom.
                                                                                         


DIOGENES DA CUNHA LIMA



MULHER




A humanidade é feita
de homem e mulher.

O homem é forte,
a mulher densa,
homem faz norte,
a mulher pensa.

O homem enfoca,
a mulher detalha.
O homem faz a toca,
a mulher trabalha.

Os homens são pobres,
têm mulheres almas.
Com mulheres nobres
homens ganham palmas.

O homem faz o meio,
a mulher o imita.
O homem é feio,

a mulher bonita.


DIOGENES DA CUNHA LIMA



segunda-feira, 7 de março de 2016

MELODIA IMORTAL: “PRAIEIRA” EM LIVRO




Autora de diversos livros, a pesquisadora potiguar Leide Câmara lança “Praieira – A Canção da Cidade do Natal, 93 anos”, dia 10 de março, quinta-feira, a partir das 18h, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Ela também brinda seus convidados com sarau poético e um encontro de violões em seresta. 

Registro discográfico de uma canção-hino, de autoria de Othoniel Menezes e Eduardo Medeiros, “Praieira” tem vinte e seis gravações e cinco reproduções. Há quase um século vem sendo tocada e cantada por gerações de modinheiros. Desde a década de 1920, em serenatas na janela da mulher amada ou nas ruas de Natal, em cortejos da boemia, em saraus e outros encontros poéticos.



sexta-feira, 4 de março de 2016

MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS




A honra é atributo pessoal. Nenhum marginalizado poderá tirar a retidão de vida de Marcelo Navarro Ribeiro Dantas. Cito ensinamento bíblico do profeta Oseias: “São retos os caminhos do Senhor, e por ele andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem”.


DCL



quinta-feira, 3 de março de 2016

SHAKESPEARE NA ACADEMIA




A Academia Norte-rio-grandense de Letras, na celebração dos seus 80 anos, fará homenagem ao bardo inglês William Shakespeare (1584-1616). Certa vez, convidei na hora o mestre Câmara Cascudo para estar presente na Galeria de Arte da Prefeitura, que existia na praça André de Albuquerque. O mestre, de improviso, fez inovadora apresentação sobre o autor de “Hamlet”.

Começou dizendo da insuficiência da tradução “ser ou não ser”. O certo seria também “ser e não ser”. Discorreu sobre a ciência da interpretação moderna, do pensamento e sentimentos humanos, sempre se baseando em Shakespeare. Depois, disse-me que Freud não fez muito mais que transpor para a ciência o que era fato em Shakespeare.

Entusiasmado, li a obra básica de Shakespeare. Mais adiante visitei Stratford-upon-Avon, no Reino Unido, onde ele nasceu e viveu os primeiros tempos. A pequena cidade passou de uma colônia de agricultores e pescadores do rio Avon para viver hoje de turismo em torno da memória do bardo. Fiquei emocionado ao conhecer a casa em que ele viveu. Recomendo a quem puder visitá-la.

Tive também a emoção da visita ao Globe Theatre, uma réplica do espaço em que ele representava suas peças e que em 1613 pegou fogo.  Todo em madeira. A música e o cenário à maneira da época. Vi o clássico “Ricardo III”, que no original era interpretado só por homens (inclusive os personagens femininos). A plateia em pé, circulando. Do Globe se vê o rio Tâmisa. Fica pertinho do lugar onde originalmente existiu.

O mundo inteiro vai comemorar Shakespeare. A nossa Academia também.

DCL