A Academia Norte-rio-grandense de Letras, na celebração dos seus 80 anos, fará homenagem ao bardo inglês William Shakespeare (1584-1616). Certa vez, convidei na hora o mestre Câmara Cascudo para estar presente na Galeria de Arte da Prefeitura, que existia na praça André de Albuquerque. O mestre, de improviso, fez inovadora apresentação sobre o autor de “Hamlet”.
Começou dizendo da insuficiência da tradução “ser ou não ser”. O certo seria também “ser e não ser”. Discorreu sobre a ciência da interpretação moderna, do pensamento e sentimentos humanos, sempre se baseando em Shakespeare. Depois, disse-me que Freud não fez muito mais que transpor para a ciência o que era fato em Shakespeare.
Entusiasmado, li a obra básica de Shakespeare. Mais adiante visitei Stratford-upon-Avon, no Reino Unido, onde ele nasceu e viveu os primeiros tempos. A pequena cidade passou de uma colônia de agricultores e pescadores do rio Avon para viver hoje de turismo em torno da memória do bardo. Fiquei emocionado ao conhecer a casa em que ele viveu. Recomendo a quem puder visitá-la.
Tive também a emoção da visita ao Globe Theatre, uma réplica do espaço em que ele representava suas peças e que em 1613 pegou fogo. Todo em madeira. A música e o cenário à maneira da época. Vi o clássico “Ricardo III”, que no original era interpretado só por homens (inclusive os personagens femininos). A plateia em pé, circulando. Do Globe se vê o rio Tâmisa. Fica pertinho do lugar onde originalmente existiu.
O mundo inteiro vai comemorar Shakespeare. A nossa Academia também.
DCL
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