A
felicidade
é
uma questão
de
pontaria.
MIA COUTO
Ao meu
primo e poeta maior Diogenes
Olhe o
futuro que se faz presente - porém pretérito quando é passado - mostrando sonho
do apaixonado - numa saudade que agora sente - olhe a certeza que se faz mais
crente - pelo verso do vate decantado - num sopro que ao vento é levado - e nos
é dado assim tão de repente - olhe sem ter angústia o futuro - que se escreve
pelo branco muro - quais torres alvas como catedrais - e por fincar no chão
suas raízes - em nome das eternas cicatrizes - expostas nos futuros Baobás.
A TV
Assembleia gravou especial pelos 100 anos da Semana de Arte Moderna, em
parceria com a Academia Norte-rio-grandense de Letras, coordenado por Humberto
Hermenegildo e Luiz E. Suassuna, e apresentado por Diógenes da Cunha Lima, Ivan
Lira e Tarcísio Gurgel.
ronaldo e diogenes cunha lima |
No final de 1996, o pecuarista Marcelo Cunha Lima teve um sonho revelador. Nele, construía uma capela em frente a sua residência. Ao contar o sonho a sua mãe, D. Eunice Pessoa, já decidido a construir a capela, ouviu dela: “Meu filho, procure uma comunidade que não tenha uma capela e construa lá”. Seguiu o conselho materno.
Ele optou
pela comunidade de Lagoa Seca. O terreno foi doado por João Pereira, avô de
Karlene, secretária de Cristine Tinoco da Cunha Lima Rosado. No mesmo ano foi
iniciada a construção da Capela de Nossa Senhora Aparecida e inaugurada em
março de 1997. Há 25 anos. Glória a Deus!
O Brasil
ganhou um novo deputado. Um jovem ativista pela causa das pessoas com deficiência
e pessoas com doenças raras. Ele tem uma doença rara e dedica sua vida pela
garantia dos direitos dos raros. Vem representar mais de 13 milhões de pessoas
com doenças raras. Deus abençoe o mandato do pequeno grande herói Patrick Dorneles!
Formidável
Diogenes, meu querido amigo e líder do campo intelectual, onde se destaca como
uma das mais importantes estrelas do nosso Estado. Você sabe que eu tenho
andado atrapalhado nas últimas semanas porque a saúde resolveu não colaborar
com as minhas atividades e com a minha vida. Eu não tenho ilusões, e acho que você
também não. Nós estamos numa fase em que ela é um elemento que pode nos dar
futuro ou nos dar nada.
Eu tenho
dito ao pessoal da minha casa, da minha família, que um homem como eu, que já
viveu 86 anos, não pode estar esperando que esteja chegando o começo da sua
vida. Eu estou esperando o fim da minha. Sem drama, sem dar espetáculos, sem
tragédia, situação que é comum a todas as pessoas, ao bicho homem. Agora, como
eu não sei se esse fim vai durar uma semana, um mês, um ano ou dez - espero que
dure dez ou mais -, eu estou procurando fazer o melhor que posso com o que vier
e por isso estou procurando ver se consigo realizar o objetivo de curti a
família que criei e as amizades que construí, entre elas a sua, uma das mais
importantes e mais valorizadas por mim.
Vejo se
posso atravessar esse final de mar sem me afastar de um determinado padrão, ou
seja, um padrão ético, um padrão decente. Estou terminando a vida como membro
da Academia Norte-rio-grandense de Letras, sob o seu comando, que foi quem na
verdade me proporcionou que eu fosse votado e que no final das contas o
resultado fosse este, que muito me orgulho. Outra coisa que eu desejo trazer
pra mim mesmo, e aí vai depender se a saúde vai me permitir, é a oportunidade
de conviver com um grupo de pessoas como vocês, que sabem das coisas, que têm
lucidez, que têm graça, que têm criatividade, que têm tolerância e que têm uma
conduta ética tão bonita, como tiveram até agora.
Eu quero
deixar pra vocês, acadêmicos, a lembrança de alguém que se sente profundamente honrado
em ser um de vocês. E agradeço a você, a quem eu continuo chamando de
Formidável, em vez de magnífico. A você Formidável Diogenes o meu agradecimento
e o meu abraço forte, apertado e caloroso.