quinta-feira, 20 de abril de 2017

NOVO COLUNISTA





O presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diogenes da Cunha Lima, é o novo colunista do “Substantivo Plural”, editado por Tácito Costa, Conrado Carlos e Sheyla Azevedo. O escritor estreia com “Além do Retrato”, narrando sua longa amizade com o pintor e poeta Dorian Gray Caldas, falecido recentemente.

Confira: http://www.substantivoplural.com.br/alem-do-retrato/



IMORTAL





Daladier Pessoa Cunha Lima, reitor da Uni-RN, foi escolhido com 29 votos para ser o novo representante da cadeira de número 3 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, outrora ocupada pelo acadêmico José de Anchieta Ferreira, falecido no último novembro, e pelo patrono Brito Guerra.

Além de professor, ele também é médico e escritor. Nasceu em Santa Cruz e é autor dos livros “Noilde Ramalho – Uma História de Amor à Educação" e “Retratos da Vida”. Este último, reúne crônicas do autor publicadas entre 2009 e 2014 no jornal Tribuna do Norte.





NOVO LIVRO DE HUMBERTO HERMENEGILDO





O professor doutor em literatura, Humberto Hermenegildo, mais recente imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL), vai lançar seu primeiro romance hoje, dia 20 de abril, na própria ANL, a partir das 18h30. “Rastejo”, editado pelo Caravela Selo Cultural, conta a história de um bancário, contada em primeira pessoa.





O NOSSO PROFETA




Publicado no jornal TEMPOS MODERNOS




terça-feira, 18 de abril de 2017

OS 100 ANOS DE ROBERTO CAMPOS





O economista, diplomata, senador e deputado federal Roberto Campos (1917-2001) completaria 100 anos esta semana. Eu o conheci nos anos 1970. Depois de assistir uma conferência sua, no SESC, fui apresentado pelo meu primo e empresário Fernando Cunha Lima, que o acompanhava. A seguir, almoçamos na casa do governador Cortez Pereira. Ele falou da admiração por José Mauro de Vasconcelos (1920-1984), escritor potiguar por adoção. 

DCL




FRASE DO DIA





O PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, 
estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam.

ROBERTO CAMPOS





O QUINTO ANJO




Poeta, compositor e escritor, Roberto Lima de Souza é único em nosso universo. Nasceu em Natal de uma família de músicos e poetas. Professor-doutor de Lógica e Filosofia da Ciência da UFRN, ordena também empresas. Como compositor, cria belezas. A música dando colorido a sua alma. É um especialista em pessoas, um fazedor de amizades.

Depois do “Romance da Princesa Kalina e da Feiticeira que Roubou o Sorriso das Fadas”, publicado em 2014, o escritor surge com contos para surpreender o leitor com novas ousadias. Originalmente, a coletânea “O Quinto Anjo” destacou-se ao ganhar o Prêmio Câmara Cascudo-1980 da Prefeitura de Natal. Ela investe em narrativas onde uma imaginação quase delirante transforma episódios do cotidiano em realismo fantástico. Nesta tragédia luminosa do individual, ou da pequena comunidade, fornece o foco de interesse exploratório destes relatos.

Este livro contém 9 histórias fabulosas para ler, se distrair, inspirar e se inspirar. Cada estória é uma surpresa. Fica evidente nos contos – alguns inesquecíveis – o perfeito domínio da narrativa curta. Eles investem num mundo literário curioso, navegando na qualidade de exploradores do humano. O humano, que se revela, nas mãos do contista, inusitado e maravilhoso em meio à alegria e ao horror da existência.

Que os leitores sejam bem vindos ao universo de Roberto Lima. Boa leitura.

DCL







sexta-feira, 7 de abril de 2017

FRASE DO DIA





O grande homem demonstra sua grandeza na maneira 
como ele trata os pequenos.

THOMAS CARLYLE




NEWTON NAVARRO





Clarival do Prado Valladares, crítico de arte baiano, considerava Newton Navarro o melhor desenhista do Brasil. Newton usava formas criativas no seu trabalho, inclusive, para dar um tom marrom diferenciado, utilizava café. Seu pai, Elpídio, fazia suas molduras, e ele tinha muito orgulho disso. A arte de Newton é eterna.

DCL





VAMOS BEBER O MAR

Everaldo Botelho Bezerra




VAMOS BEBER O MAR

Everaldo Botelho Bezerra

Ao amigo Dorian Gray Caldas


Vamos beber o mar, a nossa herança,
A brancura da espuma efervescente,
Dando vida ao azul em sua torrente,
A desaguar no peito esta bonança.

Vamos beber o mar, nossa esperança,
E nele navegar seguidamente;
Partir a cada aurora e, no poente,
Trazer a pesca e a nossa confiança.

Vamos agora ao mar, à nossa vida!
Tesouro e fado, Terra Prometida,
E transformá-lo em hino e estandarte.

Vamos beber o mar, nossa ventura,
Templo de água e sal, nossa cultura,

E fazer dele a nossa maior arte!




quarta-feira, 5 de abril de 2017

ESCRITOR ENGAJADO E ATUAL




A arte de Antonio Callado é uma reflexão poderosa sobre a violência que constitui a civilização brasileira. Escritor, jornalista e dramaturgo, o carioca foi autor de grandes reportagens sobre o Nordeste e o Xingu. Em 1968, cobriu a Guerra do Vietnã.

Ele nasceu há 100 anos, e passaram 20 anos da sua morte. Considero “Reflexos do Baile” (1976) seu melhor livro. O romance mais famoso, “Quarup” (1967), conta a história de um padre que sonha com uma sociedade igualitária.

Callado chegou a ser preso duas vezes pelos militares. Ele revela em sua literatura seu compromisso político, principalmente naquele que muitos consideram o romance mais engajado daquelas décadas, “Quarup”.

Nos deixou uma obra sólida e da melhor qualidade, ambicionando interpretar profundamente o Brasil.




REVISTA DA ACADEMIA 50





EDIÇÃO ESPECIAL
DORIAN GRAY CALDAS





terça-feira, 4 de abril de 2017

A FELICIDADE DE UM POVO




Segundo “Estudo Mundial sobre a Felicidade”, da agencia DPA, apresentado esta semana em Nova Iorque, a felicidade de um povo depende de uma série de fatores. E pontuou: economia, riquezas, governos eficientes, sentido comunitário, honestidade, saúde, percepção da liberdade e expectativa de vida.

A partir daí foi feito um levantamento das nações “mais felizes”. Dois países nórdicos ocupam as primeiras colocações: Noruega e Dinamarca. Seguem-se Islândia, Suíça, Holanda e Canadá. Surpreendendo, Alemanha, 16º. Da América do Sul, o Chile em 20º. O Brasil? 22º colocado.

A pesquisa foi feita entre 2014-2016.




FRASE DO DIA





A dor passa, a beleza permanece.

PIERRE-AUGUSTE RENOIR





segunda-feira, 3 de abril de 2017

PAUSA PARA A POESIA





No auditório do colégio Marista, semana passada, Diogenes da Cunha Lima foi homenageado no evento anual "Uma Pausa para a Poesia". Também foram lembrados Dorian Gray Caldas, Newton Navarro e Carlos Drummond de Andrade. 















SAUDAÇÃO A DORIAN GRAY CALDAS




SAUDAÇÃO DE DIOGENES DA CUNHA LIMA 
AO ACADÊMICO DORIAN GRAY

26 de setembro de1986



Permitam-me, senhoras e senhores, misturar as tintas para matizar esta noite de azul. Falo sobre e ao lado de quem vive a arte como ofício.

Os serviços são ofícios, humildes ou nobres, mas ofícios. Cada vez mais a ciência e a tecnologia são apropriadas, e são ofícios. Mas a arte, pura, inteligente, e até mesmo erudita, em nosso meio, resiste em ser lazer, entretenimento hora do nada-mais-importante-a-fazer. A arte é o ofício nobre quando vivida com intensidade e ternura como acontece com Dorian Gray. Dorian Gray Caldas teve Eloi como pai, cedo perdido, e a quem diria em poema:


Teu filho aprende
O difícil ofício
Dos adultos.

Foi difícil, mas aprendeu. É adulto no viver da arte e na arte de viver. O nome da mãe, Ninfa, já lhe testemunha a destinação poética. Entra na Academia quando faz o Jubileu de Prata da sua poesia publicada. O livro é “Os Instrumentos do Sonho”, 1961. Faz também poesia plástica em tapetes, é pintor, escultor, ceramista e gravador. Todos os dias Dorian inova, cria, recria, produz beleza porque este é o seu ofício.

Não posso ver Dorian sem me lembrar de azuis e de marinhas. O mar e o azul estão nas suas retinas, nos esconderijos do seu cérebro e são despertados e conquistados pelo movimento de suas mãos hábeis. Quando menino, já poderia dizer à maneira do poeta espanhol Miguel Hernandez.

“Conquistarei o mar...”

As marinhas do nosso escritor são o mar domado, conquistado pela sedução da beleza calma:

“Uma calma
Que o mar pões nos olhos
Dos velhos marujos.”

A teoria literária sempre tem aliado a poesia à música, ao canto, à dança. O ritmo como origem, a poesia deve ser música, som e audição. Esta é a corrente maior, mais forte, dominadora da maioria. Miguel de Unamuno elevou a tese proposta de que a poesia é arquitetura, construção. Tridimensional. No Brasil, o grande doutrinador é João Cabral de Melo Neto, poeta seguidor deste liame, de construção. Para mim, Dorian Gray não aliou a sua poesia à música e nem à construção, mas à pintura, sombra e luz, terceira dimensão apenas como perspectiva. Nosso mestre, Acadêmico Américo de Oliveira Costa, já notara:

“Há como que uma corrente de vinculações e identificações, uma espécie de simbiose, um sistema de vasos comunicantes, entre o verso e o desenho, que os fizeram completar-se, naturalmente, como as faces de um díptico”.

E Pedro Simões:

“Uma poesia plástica. Como conseguisse transpor para palavra escrita o preto e o branco do desenho,negando-se a denunciar o grande colorista que navega as marinhas azuis...”

Até quando ele descobre um adjetivo para a palavra “canto” não é na música que ele vai buscar “claro” e o poeta diz: “Canto um canto claro”. E depois: “deponho um canto antigo no azul”.

O poeta vê também “azul nas pontes desoladas” e “azul em mim entardecido”. Até a condição maior de existir é apresentada como “os claros e escuros da vida”.

O sempre surpreendente e homem bíblico, Acadêmico Sanderson Negreiros que é também Deodato (dado por Deus), anotou:

“Pintor de marinhas, é um dos que melhor neste País, souberam ver, transfigurar, rever e modificar o grande mar-nordestino e do mundo -, que estreita, como cão dormindo no horizonte, o sentimento que nos faz adivinhar o mistério e consumi-lo como garantia de sobrevivência, a que nos deverá ligar à vida que virá depois da morte”.

E o seu colega também no sentido marinheiro, Acadêmico Newton Navarro pontificou:

“Quantas vezes diante do mar o seu pincel descobre matizes que facilmente outro pinto não descobriria! Pinta e o mar passa inteiro para as suas telas”.

Dorian, homem da terra, natalense profissional, tem mercado garantido fora daqui. Os seus trabalhos podem ser encontrados no Banco do Brasil em Brasília, ou na sua agência de Zurique, Suíça. Um Engenheiro do Ceará-Mirim foi transportado à coleção da Casa Branca. Imaginem a emoção que tive ao deparar-me com a tapeçaria de Dorian Gray no Ministério de Ciência e Tecnologia de Bonn na Alemanha. Ou que teria um natalense ao visitar o Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington. Suas obras já foram adquiridas para vários museus.

Estamos recebendo o escritor, o poeta autor de “Padre Miguelinho: vida e morte”, nosso herói principal e, mártir, revalorizado pelos desenhos e pinturas de Dorian.

O seu livro “Poemas para Natal em Festa” são exaltações da nossa terra e gente, com maestria e domínio do verso.

Lendas do Rio Grande do Norte são mais do que as nossas lendas, são também os mitos, enriquecidos pela força poética.

Canto Memória é o livro de força e solidão, paisagens, homens e lembranças, dignas de serem reinventadas, pelo nosso artista.

Senhores Acadêmicos.

Seja-me permitido, como o homem é o mesmo, que eu me repita em linguagem de 1964:

Sua arte surge: poemas, tapetes, pinturas a óleo, gravuras, esculturas, bicos de pena. Todos poemas. São o instrumento de sua comunicação com o público cada vez maior. Personalidade, gente de bom gosto, artistas, colecionadores, daqui e do estrangeiro, incluem Dorian Gray na sua riqueza. Muitos não conseguem comprar os trabalhos de Dorian Gray. Ainda que ele seja disciplinado infatigável.

Dorian Gray reabilitou, revalorizou o nome famoso. Que não é pseudônimo. Outros ainda lhe farão por retrato, verdadeiro, viril, criador, que engrandece a nossa cidade.

Dorian, meu querido, seja bem-vindo ao convívio desta Academia criada por um sábio – Luís da Câmara Cascudo. Tenha forte participação nos trabalhos acadêmicos. Esta noite está mais colorida de azul pela sua emoção. Esta casa estará mais azul, também no sentido popular da palavra. Feliz.




O NOSSO PROFETA