sexta-feira, 30 de junho de 2017

HARRY POTTER, A FORTUNA




De pobre e fracassada autora, J.K. Rowling passou a ser a maior best-seller mundial dos últimos tempos. Publicado o seu “Harry Potter” em 79 línguas, vendeu 450 milhões de exemplares.

Estatística registra que a autora inglesa tornou-se milionária com a saga infanto-juvenil, recheada de magia. A sua fortuna é equivalente a dois bilhões e quatrocentos milhões de reais.




FRASE DO DIA




Das carícias da noite nasce o dia.

JOÃO PARAIBANO, cantador




TRUMP POR SHAKESPEARE




Júlio César, de Shakespeare, virou personagem privilegiado norte-americano. É interpretado por ator com a cabeleira amarela-alaranjada imitando o presidente radical. Usa gravatas vermelhas e azuis semelhante às de Trump. A interpretação foi feita em teatro a céu aberto em Nova Iorque. O espetáculo foi visto por 46 mil pessoas.

O César shakespeariano é retratado como personagem populista e carismático. A tragédia não trata da biografia do cônsul romano, mas do seu assassinato. Os cidadãos Cássio e Casca convencem Bruto a matá-lo para salvar a pátria. Em favor da democracia.

Diferente dos Estados Unidos da América (EUA), os brasileiros costumam fazer críticas altamente ofensivas aos seus presidentes, mas nunca atentam contra a vida deles. Talvez por isso, Getúlio suicidou-se. Nos EUA quatro presidentes foram assassinados: Abraham Lincoln, James Garfield, Willian McKinley e John F. Kennedy.  Os três primeiros, como Trump, do Partido Republicano.

Não seria um encorajamento à ação de possíveis salvadores da pátria?



NOTA DE FALECIMENTO




O acadêmico Nestor dos Santos Lima, ocupante da cadeira 7 na Academia Norte-rio-grandense de Letras, da qual é patrono Ferreira Nobre, faleceu no dia 21 de junho de 2017 depois de prolongada enfermidade. Deixou para todos nós, além da saudade, precioso acervo intelectual de uma vida como embaixador do Brasil e obra literária feita de talento e aguda percepção ecológica.

Diogenes da Cunha Lima
Presidente da ANRL




AULA ESPETÁCULO







domingo, 25 de junho de 2017

DUAS ANEDOTAS PORTUGUESAS





1 – QUEM É DO MAR...

Conta-se em Lisboa que o poeta António Botto, abraçado com um marinheiro em direção à sua casa, encontra outro poeta. Fernando Pessoa estranha: “Ôh António... mas na Semana Santa?”. Botto respondeu na hora: “Marinheiro é peixe”.


2 – ESSE É EÇA

Conferência em Lisboa sobre Eça de Queiroz. Conferencista exibe um retrato do seu mestre. Um grosseirão brasileiro pergunta: “Esse é o Queiróz?”. A resposta: “É Eça”. E o brasileiro: “Eça, com esse bigodão?”.




BREXIT




Com a saída do Reino Unido da União Europeia começou a discussão de manter ou não o inglês como língua oficial. Restam falantes de vinte e quatro línguas em vinte e sete países. Continuar com o idioma oficial por causa da Irlanda? Alguns pensam que deve ser o francês a língua tradicional da diplomacia e da cultura, outros sugerem o alemão do país mais poderoso e da valsa vienense, outros ainda o espanhol por ser a mais falada. Deixar sem língua oficial, poliglotia?

O rei Carlos I entendia que a língua deve ser funcional. Francês para falar de amor, italiano para a política e o espanhol para falar com Deus. Eu que sou cristão, penso que Jesus falava aramaico.




APENAS PALAVRAS



Este é o título do livro do premiado escritor de contos infantis. Afirmo que o título é uma verdade parcial. Todos nós temos essas lutas vãs com as palavras. O livro de José de Castro é poesia pura, inteligente, desbravadora, criativa, provocadora de emoções estéticas. É a linguagem com “agreste beleza”. Leio com prazer e recomendo a leitura.




DISCURSO DE POSSE




Bela publicação da Academia Potengiense de Letras trazendo a iconografia e o discurso de posse do acadêmico Haroldo Pinheiro Borges. Haroldo, um sujeito formidável, sabe dizer as coisas de maneira aguda e inteligente. A Academia, sobre a presidência do dinâmico e intelectual Aluízio Azevedo, já nos orgulha. O patrono é Francisco Pinheiro Borges, pai do acadêmico, um matuto genial.


É uma louvação à boa memória, fiz uma frase para ele: “A memória é rima e solução da história.”.



CASCUDO EM ALEMÃO




O Marechal Porpa, meu amigo e conterrâneo Luís Antônio Porpino, tem uma curiosidade inigualável. Presenteou-me com cópia da tradução do livro “Der Epische Zyklus der Cangaceiros in der Volkspoesie Nordostbrasiliens”, ou seja, “O Ciclo dos Cangaceiros na Poesia Popular do Nordeste”. Uma preciosidade.


A grande base está no “Cinco Livros do Povo”, de Luís da Câmara Cascudo. Para a minha coleção, estou tentando adquirir um exemplar do original. Pena só ter recebido depois do júri virtual de que participei em Mossoró.



O TOQUE DOS SINOS




“É conveniente que haja em cada igreja um ou mais sinos para convocar os fiéis aos ofícios divinos e religiosos”, determinava o Direito Canônico, de 1917 (cânon 1169). O saudoso amigo Oswaldo Lamartine, em sua sabedoria e erudição, afirmava: “os sinos de nossos templos falam”. Solicitou-nos, certa feita, que publicássemos algo a esse respeito. Temos colhido dados sobre a origem dos campanários, seu significado e importância. Já dissera o autor da Eneida: “Forsan et haec olim meninisse iuvabit” (Talvez, um dia seja agradável recordar estas coisas). Nosso querido Dom Nivaldo nutria idêntico sentimento e sugeria-nos o tema para estudo. Com seus toques, os sinos têm uma linguagem peculiar e rica no tocante às modalidades e aos significados, ainda conhecidos de alguns fiéis. Dom Adauto de Miranda Henriques, quando bispo da Paraíba e do Rio Grande do Norte, registrou no Livro de Tombo de uma freguesia potiguar que “uma paróquia deveria ter duas torres e, no mínimo, dois carrilhões”. Pequenos, médios e grandes, com sons e timbres variados, entre graves e agudos, costumam transmitir mensagens. Pelos repiques, dobres e toques, indicam qual solenidade acontecerá: procissão, novena, bênção do Santíssimo, hora da missa e até seu celebrante. Pelos toques fúnebres toma-se conhecimento da pessoa falecida: homem ou mulher, leigo ou eclesiástico.

Ainda jovem, ouvíamos narrações dos sacristãos de Jucurutu (Abdias e Chico Justino), Caicó (Zé do Padre), Acari (Abílio Córdula) e Mossoró (Raimundo, acólito de Monsenhor Mota). Foram informações preciosas – semelhantes às das tradições mineiras – sobre aquilo que chamavam de “ciência dos sinos”.

Distinguem-se repiques e toques. Estes são subdivididos entre dobre simples (quando o sino cai para o lado em que se puxa o badalo), ocasionando uma só pancada em cada movimento; dobre duplo (quando cai pelo lado contrário onde o badalo é puxado), proporcionando duas badaladas em cada movimento. O repique acontece, quando o toque é feito intermitentemente com o badalo, mas o sino parado. No passado, eram reconhecidos como meio de comunicação e cronômetro da cidade. Uma igreja matriz costumava ter acoplado aos sinos um relógio, que marcava as horas, orientando os cidadãos nas lides diárias. Anunciavam os eventos religiosos e litúrgicos. Ao longo dos anos, criou-se um ritual para repiques, dobres e toques.

Destarte, quando da celebração da Eucaristia, procedia-se a “chamada”, sessenta, trinta e quinze minutos antes da cerimônia. Os fiéis eram avisados da seguinte maneira: tocava-se o sino grande com doze badaladas, em homenagem aos apóstolos de Cristo. Em seguida, os toques espaçados indicavam quem seria o celebrante (sete, o bispo diocesano; cinco um sacerdote visitante e três, o pároco). Diga-se, de passagem, naqueles sertões longínquos, os fiéis tinham familiaridade com essa linguagem. Na missa, dava-se uma badalada em cada sino na hora da consagração e quando o cálice era elevado, fazia-se o repique. Da mesma forma, procedia-se na benção do Santíssimo Sacramento, quando o celebrante apresentava o ostensório.

A tradição definiu outros procedimentos. Por exemplo, dez badaladas, nas chamadas para as procissões, batizados, confissões, novenas etc. Dispõe-se também de um rito próprio para os funerais. Quando se trata de um homem, o sineiro toca três dobres duplos no sino grande e para as mulheres igual quantidade, no pequeno. No caso de crianças de menos de sete anos, não acontecem toques ou dobres, e sim repique, pois se acredita que sejam anjos, subindo aos céus. No falecimento do papa, dobres de hora em hora; na morte de um bispo, de três em três horas; de quatro em quatro, ao falecer o pároco (vigário) e de seis em seis, no óbito de algum sacerdote da diocese, que tenha exercido o ministério na paróquia. Os dobres para papa, bispo e vigário são alternados no sino grande e no pequeno. São doze para o Sumo Pontífice, dez para os bispos e sete para os presbíteros.

Para a oração do Ângelus, os sinos tocavam, às seis, doze e dezoito horas. Além dos momentos e ocasiões acima descritos, também anunciavam catástrofes. Nesses casos, os toques eram desordenados, simbolizando o tumulto. Os sinos tinham um papel significativo na vida do Povo de Deus, apregoando momentos relevantes. Daí, o salmista proclamar: “Louvai o Senhor com instrumentos sonoros e retumbantes” (Sl 150, 5).


Padre JOÃO MEDEIROS FILHO




segunda-feira, 19 de junho de 2017

FRASE DO DIA





Simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti.

CARTOLA




O JULGAMENTO DE JARARACA





A SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço abriu com chave de ouro as festividades para comemorar os 90 anos da resistência de Mossoró ao bando de Lampião. Foi sucesso total o júri simulado do Jararaca, realizado no dia 9 de junho de 2017, no Salão do Júri de Fórum Silveira Martins.

A maneira como o júri foi realizado obteve elogio unânime dos presentes. O organizador e presidente do júri, juiz Breno Valério Fausto de Medeiros, altamente técnico e didático na condução dos trabalhos. Embora fosse um júri simulado, o doutor Breno Valério primou pela normas jurídicas, de modo que deu uma excelente demonstração de como se realiza um júri, o que fez com que os estudantes dos cursos de Direito presentes aproveitassem muito desta verdadeira aula prática de Direito Processual Penal.

Dois momentos foram as falas dos advogados de acusação e de defesa, respectivamente, Diógenes da Cunha Lima e Francisco Honório de Medeiros Filho, que brilharam na eloquência, conteúdo histórico e ampla e profunda cultura regional, que ambos são possuidores. Foram momentos de esbanjamento cultural ofertados aos presentes.

O Conselho de Sentença, formado por sete legítimos representantes de Mossoró (professora Inessa Linhares Vasconcelos, professora Ludimilla Carvalho Serafim, padre Manoel Vieira Guimarães Neto, escritor e médico Armando Negreiros, advogado Clóvis Vieira, advogado Lúcio Ney e jornalista Rubens Coelho), valorizou com os seus votos o resultado da sentença. 

A SBEC e Mossoró estão de parabéns pela realização deste evento jurídico, histórico e cultural, feito com esmero técnico e refinamento jurídico. O Presidente da SBEC, professor Benedito Vasconcelos Mendes, e o presidente da Comissão Organizadora das Festividades dos 90 anos da resistência, Francisco Marcos de Araújo, agradeceram a brilhante atuação do júri simulado. Agradeceram também ao diretor do fórum, desembargador Silveira Martins, ao juiz de Direito Herval Sampaio, por ter cedido o salão do júri com todos os equipamentos necessários para a realização do evento.

O resultado foi inusitado, o cangaceiro Jararaca foi absolvido por 6 X 1.











domingo, 18 de junho de 2017

PREFEITO À VENDA




Durante a campanha de Geraldo Melo, candidato ao governo do estado, um prefeito do interior disse em uma rádio que Geraldo ofereceu muito dinheiro para comprá-lo. Em entrevista, indagado pelo repórter se ele tinha tentado comprar o prefeito, Geraldo respondeu:

- Eu não sabia que o prefeito daquela cidade era mercadoria, nem que estava à venda. Se soubesse, por qualquer preço eu não compraria. Por que não tinha dinheiro nem interesse onde comprar sua excelência, o prefeito.



MONA LISA GIGANTESCA





Um artista plástico que se intitula Okuda, formado pela Universidade Complutense de Madri, faz exposição de sua obra interpretativa da Mona Lisa de Leonardo Da Vinci em Paris. Só que a obra-mestra passou a ter 50 metros de altura e 15 de largura.



FRASE DO DIA



Santo é quem tem intimidade com Deus.

DIOGENES DA CUNHA LIMA



quinta-feira, 15 de junho de 2017

SENTENÇA ALTERNATIVA




O advogado e escritor Francisco Marcos Araújo publicou excelente biografia sob o título de “Cícero, o Semeador da Fé e Justiça: Uma Biografia de Cícero Alves de Sousa”.

Começada a leitura do poeta cordelista Antônio Francisco, não se consegue parar até o final do livro. O prefácio é do nobre e competente juiz Madson Ottoni de Almeida Rodrigues. Nota-se absoluta precisão vocabular do autor. Sintam a força do cordelista:

SEMEANDO A JUSTIÇA

Cícero foi temperado na queimada
Das caatingas do chão paraibano
Engolindo poeira e desenganos
Nos sopapos do cabo da enxada.
Mas poliu de vontade a sua estrada
Com o seu sentimento mais profundo
Não parou de caçar um só segundo
A espada amolada da Justiça

Pra lutar contra a mão da injustiça
Que destrói a essência deste mundo
Foi um jovem de força e de coragem
Um herói, um cigano, um beduíno
Um gigante com rosto de menino
Entre os bicos de pedras da rodagem

Foi ferreiro forjando a própria imagem
Um açude sangrando de amizade
Um riacho cantando de saudade
Um cacique regendo a sua aldeia
E agora é um mestre de mão cheia
Adoçando o licor da humanidade.

O livro conta a história do juiz Cícero Alves de Souza, ex-seminarista, em Catolé do Rocha, erudito juiz e professor de Direito em Mossoró. Buscava Justiça, um homem dedicado e cordial com todos. Muitas vezes, as suas sentenças não eram aceitas pelo Tribunal por falta de fundamentação legal. Muito antes dos juízes paranaenses, avant la lettre, ele dava sentenças alternativas.

Relato uma das suas sentenças. Três rapazes de Grossos, embriagados, roubaram um casal de velhos. Além de um revólver, o produto do furto daria para comprar vacas. No dia seguinte, sóbrios, arrependeram-se e devolveram o produto roubado. O delegado não quis conversa. Prendeu-os e remeteu o inquérito para o Dr. Cícero. A sentença surpreendeu. Foram condenados a assistir, por quarenta domingos seguidos, a missas na primeira fila da igreja. O pároco deveria atestar as presenças.

O autor da biografia pesquisou e descobriu que os três, depois da sentença, nunca deixaram de trabalhando e viver regularmente. Um deles era zelador da igreja.




FRASE DO DIA



Também existem beleza e virtude na defesa das causas perdidas.

JOÃO PEREIRA COUTINHO



MULHERES NA ACADEMIA





Infelizmente, ainda é pequena, para o potencial, a participação feminina nas letras e nas artes. A Academia Norte-rio-grandense de Letras é pioneira na presença de mulheres no seu quadro e como patronas das cadeiras. Fundada em 1936, tem estas presenças honrosas. A Academia Brasileira de Letras levou 80 anos para admitir mulheres. A primeira foi Rachel de Queiroz, em 1947.




sexta-feira, 9 de junho de 2017

DIREITO EM DIA: FILHO EXTRACONJUGAL




Superior Tribunal de Justiça tem um filho extraconjugal, com direito a herança, mesmo depois do trânsito em julgado inventário. Trata-se de reconhecimento do direito à identidade, previsto na Constituição Federal.




FRASE DO DIA




Não tenho receio de Leis más quando há um bom juiz. 
A Lei é morta. O juiz, vivo.

ANATOLE FRANCE




DOIS POEMAS DE DCL





Grande poeta, professor Diógenes da Cunha Lima se realiza (e nos emociona) numa linguagem simples e humana. Vede bem, leitor amigo, que encanto esses poemas:



01

A chuva trai a secura
O Nordeste lusilume
A noite escura pontilha
Luze-luze o vaga-lume.
Os pirilampos
São estrelas meninas
Nos campos.



02

A bola achatada
Da coroa-de-frade
Morde o sol
Atapeta o chão
De espinhos curvos
Como garras
A seca nasce
Na barriga da
Coroa-de-frade.





quinta-feira, 8 de junho de 2017

FRASE DO DIA



Constituição Brasileira, artigo único: todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara.

CAPISTRANO DE ABREU




CARÊNCIA DE HERÓIS





Aparentemente, desde a Grécia antiga até hoje, a gente precisa de heróis. É o que diz o psiquiatra e escritor italiano Contardo Calligaris. Ele relembra os clássicos da literatura e mitologias gregas. Lembra que os super-heróis são as nossas mitologias atuais.