sábado, 16 de junho de 2018

A CONVERSÃO DE PAUL CLAUDEL




Até então ateu, o poeta francês ajoelhou-se na Notre Dame de Paris e converteu-se. Nossa Senhora desceu do altar, perguntando o que desejava. Ele respondeu:

Meio-dia. Vejo a igreja aberta e entro.
Mas não é para rezar, ó Mãe, que eu estou aqui dentro.

Nada tenho a pedir, nada para dar.
Venho somente, Mãe, para te olhar...

Olhar-te, chorar de alegria, sabendo apenas isto:
que eu sou teu filho e tu estás aqui, Mãe de Jesus Cristo!

Ao menos por um momento, enquanto tudo pára (meio-dia!),
estar contigo nesse lugar em que estás, ó Maria.

Nada dizer, olhar-te simplesmente o rosto,
e deixar o coração cantar a seu gosto.

Porque tu és bela, porque tu és imaculada,
a mulher na graça reintegrada.

A criatura na sua hora primeira e na plenitude final,
tal como saiu das mãos de Deus no seu esplendor inicial.

Porque estás sempre aí, porque existes, simplesmente por isto,
eu te agradeço, Mãe de Jesus Cristo!

A VIRGEM do MEIO-DIA
PAUL CLAUDEL
(Villeneuve-sur-Fère, França. 1868 - 1955)




Claudel em 1951





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