segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O SORRISO DO SÁBIO






O SORRISO DO SÁBIO


Todo mundo sabe que Albert Einstein (1879 – 1955) foi um dos maiores sábios da humanidade. Mas pouca gente sabe da sua grandeza humana e do seu permanente bom humor. Gostava de fazer sorrir. A maior contribuição à ciência é a sua Teoria da Relatividade. Modestamente, ele dizia não merecer a fama porque a causa disto é talvez o desejo inatingível a muitos de compreender uma ou duas ideias. Einstein e Santos Dumont eram pacifistas imbatíveis. Tiveram a tristeza de ver que as suas descobertas também serviram à maldição das guerras.

Em carta a Freud convidando-o (Freud quis recusar porque seriam assuntos para estadistas) para participar de uma comissão das Nações Unidas chega a lamentar que: “A sorte das nações depende, o que parece, inevitavelmente de alguns políticos sem nenhum escrúpulo e sem qualquer senso de responsabilidade”. Ele desejava uma humanidade liberta de guerras, nacionalismos agressivos, orientada por homens sábios, grandes personalidades. Assim seria a constituição de um novo organismo com poderes mundiais, uma organização supra mundial, um projeto da futura ONU. Entre as grandes personalidades que servem de exemplos cita: Jesus Cristo, Goethe e Kant, mestres morais e espirituais.

Nascido de família judaica na Alemanha, ele se naturalizou como suíço e, depois, integrou-se à vida norte-americana (acolhido com afeição e estima máxima). Por estas razões, sofreu violenta discriminação e comentou: “Se a minha Teoria estiver certa, a Alemanha dirá que sou alemão e a França que sou Cidadão do Mundo. Se estiver errada, os alemães dirão que sou judeu e os franceses que sou alemão”.

Vítima de preconceito racial, ele reclamava de toda forma de preconceito como o de religião (ele era um judeu que elegeu Jesus Cristo como o seu maior ícone). Afirmou: “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”.

O ganhador do prêmio Nobel de Física queria descobrir a verdade científica e buscar a doutrina pela harmonia das relações humanas. Ele tinha o que afirmou sobre o povo judeu: a paixão pelo conhecimento de si mesmo. Aceitava os prêmios com alegria e destinava a instituições. E quando comentava exercia o seu permanente bom humor.

Quando foi vitorioso do prêmio maior da Academia Prussiana de Ciência em Berlim, brincou: “Essa gente de Berlim age como se eu fosse uma preciosa galinha. Mas eu não sei se estou em condições de pôr ovos”.

Albert Einstein visitou o Brasil, chegando no Rio de Janeiro em 4 de maio de 1925, foi recebido e ciceroneado por Assis Chateaubriand e Austregésilo de Athayde, viu o Pão de Açúcar e o Corcovado, palestrou no Club de Engenharia e na Academia Brasileira de Ciências. Logo, os cariocas inventaram uma anedota gosativa. Austregésilo teria dito: “Eu rio toda vez que tenho uma ideia, noto que o senhor somente riu quando falou da sua Teoria”. A resposta do sábio: “É que até agora eu só tive uma ideia (Teoria da Relatividade)”.

O sorriso é a alma. Visível. Revela o mais íntimo de cada pessoa. A expressão facial pode indicar a alegria de viver, o prazer da comunicação, à proximidade com o outro. Por outro lado, pode expressar o medo ou o autocontrole, a ironia ou o desprezo. Enquanto o riso é sonoro e a gargalhada imoderada, o sorriso é sutil, muitas vezes próximo da sisudez. Os três são contagiantes e forma de comunicação. As personalidades mais nobres preferem sorrir.


       

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