terça-feira, 14 de julho de 2020

TANKAS DE RAIMUNDO GADELHA





As estrelas são
olhos do deus nunca visto
Homem sem crença,
segue o seu caminho
longe da essência.


Natal é berço
de mar, dunas ao vento...
Terço saudade
com imagens da cidade
e semblante dos amigo


Desenha no céu
Triste trajetória
Olhos úmidos,
o menino contempla
a morte da estrela.


Sobram as sombras,
noturnas assombrações
do que já não sou...
Perverso, o passado
perverte o presente.


Trago as mãos
calejadas de vida
E nelas sinto,
Indiferente, unhas
crescendo passageiras.


Vestir a blusa
que aqui esqueceste
Fechar os olhos
e, sentindo teu cheiro,
prolongar tua presença.


Com as palavras,
forjar mais um poema
Samurai serei
No fio da katana
o corte ou a guarda.


Peguei o brilho
de estrelas distraídas
Enchi os bolsos
e fiz, em meu caminho,
esboços de uma vida.


Onde o prazer
dos caminhos de ontem?
Mesmo sem crime
hoje eu sou detento
Lento passa o tempo.


Nem disse adeus
Para fugir da prisão,
o sonho bastou
Meu cavalo alado
trouxe paz onde estou.


Sem que perceba
eu faço diferentes
caminhos iguais
Destino não importa
Na busca constante, sou.


Caminho por ruas
que habitam meus sonhos...
Na velha casa
a janela é moldura
do meu primeiro amor.







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