sexta-feira, 28 de junho de 2019

AQUELES OLHOS




Poesia não se explica, se sente. O canto da poeta Christiane Alecrim é um prato cheio de sentimentos. É a aparição do indizível sob as espécies mais corriqueiras do cotidiano. A liberdade da poeta, numa escrita desligada de qualquer compromisso que não seja a audácia da imaginação, permite que seus versos correm ritmados como flores ao vento, na pura beleza dos sentimentos. Uma intimidade doce ao falar da dor e dos mistérios do mundo.


AQUELES OLHOS

Sou vulgar e traiçoeira
Sou sem eira nem beira
Sou uma qualquer
Sou mulher
Me vendo por nada
Me dou sem lucro
Me gasto
Por isso não presto





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