A
Universidade é a única esperança do brasileiro, de o ser humano viver com
dignidade. É a instituição que tem e forma gente capaz de indicar caminhos para
harmonizar a vida, fazer um mundo melhor.
A crise tudo atinge, afeta a todos. O
povo percebe sinais, sintomas da doença vagos e periféricos. As investigações
da Polícia Federal e do Ministério Público deram o diagnóstico: o câncer da
corrupção tinha raízes profundas. Com isso, o Poder Judiciário dá exemplo ao
mundo, julgando e mandando para a cadeia os delinquentes da política e de
empresas, dirigentes sindicais de associações nebulosas até então intocáveis.
A hipertrofia do Poder Executivo remonta ao tempo do Império e era exacerbada. O Legislativo tomou fôlego e foi até ao impedimento da Presidente da República. Agora, corre-se o risco da hipertrofia do Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal já andou legislando, e chegou a considerar sem valor o texto expresso da Constituição (valer prisão antes do trânsito em julgado da decisão condenatória). O STF restringiu o direito de greve aos funcionários públicos, cortando salários dos grevistas. E deu repercussão geral. Essa limitação do exercício de um direito atinge também as universidades públicas.
É este, pois, o momento de a Universidade deixar de ser coadjuvante para ser protagonista das mudanças. Não as “universidades” que distribuem diplomas, créditos, títulos, que funcionam apenas como ilegítimos retratos nas paredes. Não as universidades preguiçosamente sectárias, unívocas. Não as transmissoras de convicções obsoletas, não as argentárias, que vendem a ilusão titulada. Enfim, não as entidades de subalternidade ética e intelectual. Sim as Universidades que fazem jus ao nome, criam e semeiam conhecimento para fazer melhor a civilização e a conquista da cidadania para todos, para que a vida seja uma gratificação.
Quem tem conhecimento tem poder. Mas para exercê-lo é preciso uma vontade política e recursos suficientes, que parecem faltar às universidades brasileiras. Recursos financeiros poderão existir vindos da criação e das patentes, de convênios, contratos com empresas, financiamento dos governos, das fundações filantrópicas. E ainda da força de mobilização dos ex-alunos vitoriosos. É assim que funciona no mundo desenvolvido.
É desse modo que atuam as comunidades científicas que valorizam a inteligência e a criatividade e que aplicam e difundem a meritocracia.
A Universidade de excelência é a que se renova a cada dia. São vozes polifórmicas harmonizadas por comum aspiração e objetivo.
Neste milênio, a Universidade deve estar apta a assumir a liderança não apenas do pensar e do saber, mas também do agir para a melhoria das condições humanas.
É simplesmente fascinante a história universitária, sempre múltipla e relatada de forma imperfeita e com interpretações diferentes. A Instituição veio com o destino de crescer e se multiplicar. As principais foram concebidas na África. Em Fez, no Marrocos, em 853, e a teológica do Cairo, em 969. Depois, a vez da Europa. Entre as 10 primeiras, 4 em território italiano: Bolonha, em 1088; Modena, em 1175; Pádua, em 1222; e Nápoles, em 1224. Duas na Inglaterra: Oxford, 1167; e Cambridge, 1209. Uma para a França e outra para a Espanha: Paris, em 1209; e Salamanca, em 1219. Ao findar o século, 1290, Portugal criou a Universidade Coimbra, em Lisboa, que teve influência decisiva na formação do Brasil.
Nos países altamente desenvolvidos, as universidades, além de qualificarem líderes dirigentes, compartilham conhecimentos entre si, com governos, empresas, associações civis, porque lideram e apontam caminhos.
Assim, estudou na Universidade de Havard a maioria dos Ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos. Dos 535 membros do Congresso, apenas 20 não têm diploma universitário.
Também dos Estados Unidos, M.I.T., Massachusetts Institute Of Technology, fundada em 1861. Tem liderança universal do saber e atua congregando experts de 150 países. Muitos deles voltaram ao país de origem como agentes do desenvolvimento.
A Universidade brasileira comparada às de além-mar, apenas centenária, é menina. Ainda assim, já produz maravilhas.
Nenhum estudo-ensino verdadeiramente universitário tem menor valor na marcha da civilização. Do alto da filosofia à efêmera beleza da moda.
Como é bom ter notícia, por exemplo, de que a universidade do Amazonas, a pedido de Caciques, ensina em língua Ticuna perto da fronteira com a Colômbia e com o Peru. Já há na região mestres e doutores. A Universidade Federal do Oeste do Pará já formou indígenas que falam três línguas diferentes e ministram cursos de pós-graduação.
Em muitos campos, a universidade brasileira já é conhecida e contribui para a melhoria do país. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, às vésperas de completar 60 anos, orgulha-nos por muito servir ao Brasil. E cada dia torna-se maior.
Quando plenamente a universidade brasileira cumprirá a sua vocação de liderança?
A hipertrofia do Poder Executivo remonta ao tempo do Império e era exacerbada. O Legislativo tomou fôlego e foi até ao impedimento da Presidente da República. Agora, corre-se o risco da hipertrofia do Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal já andou legislando, e chegou a considerar sem valor o texto expresso da Constituição (valer prisão antes do trânsito em julgado da decisão condenatória). O STF restringiu o direito de greve aos funcionários públicos, cortando salários dos grevistas. E deu repercussão geral. Essa limitação do exercício de um direito atinge também as universidades públicas.
É este, pois, o momento de a Universidade deixar de ser coadjuvante para ser protagonista das mudanças. Não as “universidades” que distribuem diplomas, créditos, títulos, que funcionam apenas como ilegítimos retratos nas paredes. Não as universidades preguiçosamente sectárias, unívocas. Não as transmissoras de convicções obsoletas, não as argentárias, que vendem a ilusão titulada. Enfim, não as entidades de subalternidade ética e intelectual. Sim as Universidades que fazem jus ao nome, criam e semeiam conhecimento para fazer melhor a civilização e a conquista da cidadania para todos, para que a vida seja uma gratificação.
Quem tem conhecimento tem poder. Mas para exercê-lo é preciso uma vontade política e recursos suficientes, que parecem faltar às universidades brasileiras. Recursos financeiros poderão existir vindos da criação e das patentes, de convênios, contratos com empresas, financiamento dos governos, das fundações filantrópicas. E ainda da força de mobilização dos ex-alunos vitoriosos. É assim que funciona no mundo desenvolvido.
É desse modo que atuam as comunidades científicas que valorizam a inteligência e a criatividade e que aplicam e difundem a meritocracia.
A Universidade de excelência é a que se renova a cada dia. São vozes polifórmicas harmonizadas por comum aspiração e objetivo.
Neste milênio, a Universidade deve estar apta a assumir a liderança não apenas do pensar e do saber, mas também do agir para a melhoria das condições humanas.
É simplesmente fascinante a história universitária, sempre múltipla e relatada de forma imperfeita e com interpretações diferentes. A Instituição veio com o destino de crescer e se multiplicar. As principais foram concebidas na África. Em Fez, no Marrocos, em 853, e a teológica do Cairo, em 969. Depois, a vez da Europa. Entre as 10 primeiras, 4 em território italiano: Bolonha, em 1088; Modena, em 1175; Pádua, em 1222; e Nápoles, em 1224. Duas na Inglaterra: Oxford, 1167; e Cambridge, 1209. Uma para a França e outra para a Espanha: Paris, em 1209; e Salamanca, em 1219. Ao findar o século, 1290, Portugal criou a Universidade Coimbra, em Lisboa, que teve influência decisiva na formação do Brasil.
Nos países altamente desenvolvidos, as universidades, além de qualificarem líderes dirigentes, compartilham conhecimentos entre si, com governos, empresas, associações civis, porque lideram e apontam caminhos.
Assim, estudou na Universidade de Havard a maioria dos Ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos. Dos 535 membros do Congresso, apenas 20 não têm diploma universitário.
Também dos Estados Unidos, M.I.T., Massachusetts Institute Of Technology, fundada em 1861. Tem liderança universal do saber e atua congregando experts de 150 países. Muitos deles voltaram ao país de origem como agentes do desenvolvimento.
A Universidade brasileira comparada às de além-mar, apenas centenária, é menina. Ainda assim, já produz maravilhas.
Nenhum estudo-ensino verdadeiramente universitário tem menor valor na marcha da civilização. Do alto da filosofia à efêmera beleza da moda.
Como é bom ter notícia, por exemplo, de que a universidade do Amazonas, a pedido de Caciques, ensina em língua Ticuna perto da fronteira com a Colômbia e com o Peru. Já há na região mestres e doutores. A Universidade Federal do Oeste do Pará já formou indígenas que falam três línguas diferentes e ministram cursos de pós-graduação.
Em muitos campos, a universidade brasileira já é conhecida e contribui para a melhoria do país. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, às vésperas de completar 60 anos, orgulha-nos por muito servir ao Brasil. E cada dia torna-se maior.
Quando plenamente a universidade brasileira cumprirá a sua vocação de liderança?
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