sexta-feira, 13 de maio de 2016

UM CRONISTA DA TERRA


Woden Madruga é um escritor, que bem produz e com frequência diária. Diria mesmo, à maneira de Affonso Romano de Sant’Ana, que ele é um escritor crônico.
WM dá notícias necessárias, exerce a crítica da sociedade e dos governos, faz arquivo sentimental, guarda boa memória da inteligência, da correspondência amiga, descobre e publica poesia essencial.

O bacharel Woden Madruga sabe e comenta o que é direito.
O fazendeiro Woden está sempre atento às notícias de inverno, prenúncios de seca, valores da criação de gado, a luta agrícola. É um nordestino, admirável no amor ao chão agreste. Observa a superação do homem nas dificuldades climáticas.
O cronista da terra é senhor de uma linguagem viva e popular. Chega a chamar o nosso Shopping Center famoso de Miduei e usar a saborosa expressão de coisas passadas “derna” muito tempo...
Leitor da grande imprensa, ele seleciona e registra as melhores versões para o interesse local. A sua prosa, escassa em tristezas, tem tendência à poesia e ao humor, à ironia. Algumas vezes, torna-se insuperável. Comento sempre um ano em que a legendária Resistência de Mossoró a Lampião tomava conta, exaustivamente, da imprensa de Natal. Os amigos reclamaram que WM fez passar em branco o acontecimento histórico. E saiu a surpreendente “adesão” ao cangaço: “Estou com Lampião. E não abro”.
Jornalistas como WM são verdadeiramente de utilidade pública. Chamam a atenção do leitor para os problemas sociais. Vezes, eles denunciam a má-fé e a ignorância. WM age sempre com lealdade ao seu ofício e aos seus amigos. Costumeiramente, aos domingos, por exemplo, publica a bela e expressiva linguagem de Paulo Balá, companheiro e sucessor do nobre Oswaldo Lamartine.

Woden anota, na simplicidade do cotidiano, os fatos que têm relevo. Muitas vezes, faz refletir pelo inesperado no dizer.

A crônica tem servido, inclusive, como instrumento de mudanças. Já se nota a ação de sua linguagem que faz alterar comportamentos no poder público e até na iniciativa privada.

O poeta Maia Pinto sabe que o livro permanece, o jornal se esquece. Por isso está fazendo bela homenagem, simpática até, aos muitos leitores do cronista-escritor.

DCL


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