terça-feira, 10 de maio de 2016

A PRATA DO TEMPO





O Pensamento de VICENTE SEREJO



Quem não inveja um homem que mora numa pequena ilha, cercado de azul por todos os lados, de bem com a vida? Colecionando os dias e as noites, o sol e a lua, como se fosse dele aquele pedaço de mar?


Para se inventar uma ilha é preciso imaginá-la com cuidado. Porque só assim será possível fazê-la e desfazê-la.


Tudo nasce de um leve toque do olhar que vai desenhando sonhos, pintando desejos, entoando canções.


E a rede, a rede é esse útero de pano que nos envolve nessas manhãs de tédio e de remorsos.


Vou carregado pela força dos meus sonhos.


O sedutor, e bom lembrar, é um mestre de cerimônia do perigo.


Tudo isso pra não lembrar a suspeita terrível do poeta Diógenes da Cunha Lima quando acha que tendo tantos bichinhos mansos no Paraíso, não consegue entender como Eva foi puxar conversa logo com a serpente.


As noites felizes prometem vitórias.


A noite é a mais verdadeira das horas.


O próprio amor, ora, é uma invenção.


A aventura é o destino natural do homem.


Alguns maridos, por esses tempos, naturalmente andam muito inseguros.


Feminista, impressão minha, é quase sempre um ser mau humorado.


Os homens precisam encontrar, rapidamente, uma saída para a preservação da alegria.


O ciúme é uma invenção de Satanás.


É preciso aceitar a lição de Camões que exige engenho e arte para manter a vida.




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