O Pensamento de VICENTE
SEREJO
Quem não inveja um homem
que mora numa pequena ilha, cercado de azul por todos os lados, de bem com a vida?
Colecionando os dias e as noites, o sol e a lua, como se fosse dele aquele pedaço
de mar?
Para se inventar uma ilha
é preciso imaginá-la com cuidado. Porque só assim será possível fazê-la e desfazê-la.
Tudo nasce de um leve toque
do olhar que vai desenhando sonhos, pintando desejos, entoando canções.
E a rede, a rede é esse
útero de pano que nos envolve nessas manhãs de tédio e de remorsos.
Vou carregado pela força
dos meus sonhos.
O sedutor, e bom lembrar,
é um mestre de cerimônia do perigo.
Tudo isso pra não lembrar
a suspeita terrível do poeta Diógenes da Cunha Lima quando acha que tendo tantos
bichinhos mansos no Paraíso, não consegue entender como Eva foi puxar conversa logo
com a serpente.
As noites felizes prometem
vitórias.
A noite é a mais verdadeira
das horas.
O próprio amor, ora, é
uma invenção.
A aventura é o destino
natural do homem.
Alguns maridos, por esses
tempos, naturalmente andam muito inseguros.
Feminista, impressão minha,
é quase sempre um ser mau humorado.
Os homens precisam encontrar,
rapidamente, uma saída para a preservação da alegria.
O ciúme é uma invenção
de Satanás.
É preciso aceitar a lição
de Camões que exige engenho e arte para manter a vida.
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