quarta-feira, 27 de julho de 2022

Os PARABÉNS de KARENINA


 

Verde mar
Verde mar
Verde mar
O meu BEM é te amar
Teu viver celebrar…
 
Mar. A certeza da imensidão. Para onde olhamos quando buscamos com ânsia os horizontes. Onde se embala a beleza do indo e vindo infinito, sempre com a esperança da continuidade. Palavra emoção das poesias daqueles que são verdadeiros poetas, poetas de alma, como o meu pai, de onde a poesia nasce, primeiramente, no ritmo constante de um grandioso coração.
 
Clarice Lispector definiu bem, nas “Águas do Mundo”, quando disse ser o mar a criatura mais inteligível das existências não humanas. De tão grande o mundo, poderia, enfim, este caber na janela sobre o mar, aos olhos de Drummond. Para o marítimo, com quem meu pai já aprecia o diálogo imaginado, o grande poeta Neruda se identifica:

“Necessito do mar porque me ensina:
não sei se aprendo música ou consciência
não sei se é onda ou onde ou ser profundo
somente rouca voz ou deslumbrante
suposição de peixes e navios.
O fato é que até quando estou dormindo
de algum modo magnético circulo
na universidade do marulho.”
Como não lembrar a alegria de te acompanhar chamando para ouvir o “marulho”?
 
Para o aniversariante de hoje, que é vida, movimento de presença e poesia infinitos em meu viver, contemplar um verde mar é tarefa essencial.
 
Esteja este mar verde, “mar azul” ou “claras águas”, o senhor, papai, colore nossos horizontes, “Caminhando à flor das águas”ao “suave estilo do Cristo”, com a “vida bem vivida que tu tens” e com todo o significado do teu viver.
 
O poeta navegante, Fernando Pessoa, traduz o imensurável entoando: 

“Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
 
Porque não cabe, nem mesmo no mar, todo o amor com o qual te amo.
 
Meu bem é te amar e teu viver celebrar!
 
Feliz vida, papai. Tão feliz como é a minha vida ao tê-lo na mais profunda imensidão de meu coração.

KARENINA HENTZ da CUNHA LIMA



 


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