terça-feira, 8 de setembro de 2020

POEMA DE DÁCIO GALVÃO





Aqui onde franceses
Corsários piratas
Atracaram respiraram
curaram tuberculoses
Traficaram pau de tinta
E redesenharam portulanos
As ondas reboam
Recodificam cartografias
Invadem currais marinhos
Cifrados em estacas
Pedras pretas
Solitárias tal qual o elefante-arrecife
De tromba decaída
Encravado na areia da praia
Locas lavadas
Águas invasivas
Se dividem com búzios sargaços  estrelas do mar
Murmurando segredos seculares De tribos ausentes segregadas
De peixes nas correntes caldeirões
De corais moluscos
Ressoando afogados num certo mar da história
Tudo sob o solar e o luar
de dias e noites intermináveis.



DÁCIO GALVÃO







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