Não imagine
mais Paris com seus bistrôs e cafés em ruas bucólicas as margens do rio Sena
com a torre eiffel a reluzir a antiga cidade luz.
A França
mudou, mudou muito e o imaginário mundial se depara hoje com um País repleto de novidades, dentre as quais ser
hoje uma terra de imigrantes, predominantemente africana e muçulmana.
A catedral
de Notre-Dame não representa mais a
religiosidade francesa que tem uma maciça parcela da população voltando suas
orações a Meca em mesquitas e a Bíblia cedendo espaço ao Alcorão.
A França
convive hoje com o revés de séculos de colonização na África, em países como
Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal, Madagascar, Benin, Níger,
Burkina
Faso, Costa do Marfim, Chade,
República do
Congo, Gabão, Mali, Mauritânia, Argélia, Comores, Djibouti,
República
Centro Africana que oferecem hoje imigrantes em busca de melhores condições de
vida, muitos são refugiados, mas todos num verdadeiro êxodo em busca do que os
franceses não ofereceram em séculos de exploração, buscam estabilidade,
empregos e vida melhor.
Acontece que
essa turma não vai para a França para experimentar foie gras e escargot, na verdade
eles não estão nem aí para a cultura francesa,
eles têm a cultura deles e querem só a estabilidade do liberté, egalité
e fraternité.
A etnia dos
francos natos corre risco de extinção, com baixa natalidade e com a
miscigenação natural com os imigrantes a tendência é um novo povo francês, uma
fato e uma tendência irreversível.
A Copa do
Mundo da Rússia nos mostrou uma seleção francesa repleta de filhos de
imigrantes e de nacionalizados, no total 14 dos 23 atletas tem pais e mães de
origem africanas.
Nas ruas de
Paris e de toda a França multidões festejam a conquista da Copa e também a data
da queda da bastilha, que foi ontem 14 de julho.
Uma multidão
que na primeira vista percebe-se pelas musicas, danças e cantos o tamanho da
legião de novos franceses,
franco-africanos.
O mundo
talvez entenda mais hoje os motivos para tantos conflitos nesta nova França
vítima de tantos atentados terroristas, a vizinha Bélgica padece do mesmo
fenômeno, que precisa ser entendido e compreendido.
Não é nada
velado os movimentos de resistência a tudo isso, Marine Le Pen nas últimas
eleições levou os conservadores a um inédito segundo turno contra o Emmanuel
Macron, candidato de centro que acabou vencendo.
A Europa em
si passa por enormes transformações e essa questão dos imigrantes é grave,
envolve direitos humanos e o direito a preservação cultural, muito complexo e
nada fácil em meio a sentimentos diversos e ainda mais envolvendo além de
etnias, as diferenças religiosas.
Renato C
Lima Filho
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