quinta-feira, 19 de julho de 2018

QU'EST-CE QUE C'EST?




Não imagine mais Paris com seus bistrôs e cafés em ruas bucólicas as margens do rio Sena com a torre eiffel a reluzir a antiga cidade luz.

A França mudou, mudou muito e o imaginário mundial se depara hoje com um País  repleto de novidades, dentre as quais ser hoje uma terra de imigrantes, predominantemente africana e muçulmana.

A catedral de Notre-Dame  não representa mais a religiosidade francesa que tem uma maciça parcela da população voltando suas orações a Meca em mesquitas e a Bíblia cedendo espaço ao Alcorão.

A França convive hoje com o revés de séculos de colonização na África, em países como Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal, Madagascar, Benin, Níger,

Burkina Faso, Costa do Marfim, Chade,

República do Congo, Gabão, Mali, Mauritânia, Argélia, Comores, Djibouti,

República Centro Africana que oferecem hoje imigrantes em busca de melhores condições de vida, muitos são refugiados, mas todos num verdadeiro êxodo em busca do que os franceses não ofereceram em séculos de exploração, buscam estabilidade, empregos e vida melhor.

Acontece que essa turma não vai para a França para experimentar foie gras e escargot, na verdade eles não estão nem aí para a cultura francesa,  eles têm a cultura deles e querem só a estabilidade do liberté, egalité e fraternité.

A etnia dos francos natos corre risco de extinção, com baixa natalidade e com a miscigenação natural com os imigrantes a tendência é um novo povo francês, uma fato e uma tendência irreversível.

A Copa do Mundo da Rússia nos mostrou uma seleção francesa repleta de filhos de imigrantes e de nacionalizados, no total 14 dos 23 atletas tem pais e mães de origem africanas.

Nas ruas de Paris e de toda a França multidões festejam a conquista da Copa e também a data da queda da bastilha, que foi ontem 14 de julho.

Uma multidão que na primeira vista percebe-se pelas musicas, danças e cantos o tamanho da legião de novos franceses,  franco-africanos.

O mundo talvez entenda mais hoje os motivos para tantos conflitos nesta nova França vítima de tantos atentados terroristas, a vizinha Bélgica padece do mesmo fenômeno, que precisa ser entendido e compreendido.

Não é nada velado os movimentos de resistência a tudo isso, Marine Le Pen nas últimas eleições levou os conservadores a um inédito segundo turno contra o Emmanuel Macron, candidato de centro que acabou vencendo. 

A Europa em si passa por enormes transformações e essa questão dos imigrantes é grave, envolve direitos humanos e o direito a preservação cultural, muito complexo e nada fácil em meio a sentimentos diversos e ainda mais envolvendo além de etnias, as diferenças religiosas.


Renato C Lima Filho






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