sexta-feira, 14 de agosto de 2020

MACHADO DE ASSIS, ADVOGADO?





O que penso ninguém sabe é que, por muitos anos, estudei as leis. Todas as noites. Apaixonadamente. A ponto de, imagino, estar habilitado a tornar-me advogado. Por essa razão, em minhas obras, empreguei numerosíssimas expressões jurídicas. No conto O Programa um personagem, Romualdo, até antecipa essa vontade ao sonhar “que seria citado algum dia entre os Nabucos, os Zacarias, os Teixeiras de Freitas, etc. Jurisconsultos”. Era de mim que falava. Meu maior desejo é que, no futuro, alguém me faça justiça. Algum advogado, talvez, que o perceba. Isso me causaria grande alegria. E, se assim for, serei sempre grato a ele.



Fragmento de crônica de JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO






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