segunda-feira, 21 de setembro de 2015

VIVA AGNELO!






Agnelo Alves não é um homem público. É muito mais do que isso: é um homem de interesse público. As suas ações, o que escreve, o que transmite ao povo, notadamente às pessoas mais pobres, dão esse sentimento.

Está na hora, caro leitor, de comprar o seu livro Crônicas de outros tempos e circunstâncias, selecionadas pelos sempre editores Osair Vasconcelos e Carlos Peixoto.

Veríssimo de Melo, que tanto desejou ter essa incumbência, sabia que a seleção, por assunto ou por época, daria mais de três livros.

Agnelo é um artista da palavra, jornalista do tempo de Carlos Lacerda, agora escritor-jornalista. A sua escrita, como a sua vida intensamente vivida, é feita de talento, generosidade, energia e emoção.

De fato, Agnelo já teve de tudo, em altos e baixos. Foi prefeito de Natal, injustamente cassado como Djalma Maranhão. Teve direitos políticos suspensos por uma década. Renunciou à sedução do Senado da República (no final do ano 2000) para ser prefeito de Parnamirim. Com liderança aplaudida presidiu a Federação do Município do Rio Grande do Norte - FEMURN.

Um dia, procurei o prefeito em nome da Sociedade dos Amigos (no centenário) de Dinarte Mariz. Lembrei que Dinarte havia emancipado Parnamirim. Disse-me: “um momentinho”. E, na hora, ligou para o Secretário de Obras, determinando a contratação de um escultor. Iria inaugurar, em praça, o busto de Dinarte Mariz. Nenhuma mágoa da cassação, sabe que a história nunca permite a morte da memória de quem deve ser lembrado. A Aluízio Alves – o irmão de quem vezes discordava e sempre amava – homenageou com um belo parque. Lá, agora está fazendo um planetário para que o povo possa  ver melhor as estrelas e entre as quais vislumbrar, na eternidade, um, outro, ou os dois grandes líderes do nosso Estado.

O administrador Agnelo prossegue valorizando a nobreza do passado. Deu a uma Escola o nome do professor martirizado, Luís Maranhão. O grande poeta nosso, e brasileiro, Luís Carlos Guimarães tutela outra escola. A pioneira Maria do Céu Fernandes, primeira deputada, não foi esquecida. Mais interessante é uma mulher que tem o nome de Conceição, que quer dizer concepção, primeira parteira de Pium. Esta, cujo nome é Raimunda Maria da Conceição, foi homenageada como patrona de uma escola municipal.

Só uma coisa não esta certa no passado: o nome Agnelo. Do latim agnus, cordeiro. Ele não é um pequeno cordeiro em nada do que faz ou diz. Esperto, discorda da vontade de outros, é criativo, muitas vezes usando a ironia como arma e a sagacidade como estratégia vitoriosa. A sua crônica, ainda que escrita “no aligeirado do tempo”, está cheia de valores humanos e culturais. Sei que Veríssimo, no mais alto, está feliz e sorrindo com o novo livro. E desejando, como todos nós, que outros livros do autor sejam editados.


(DCL)



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