Verde mar
Verde mar
Verde mar
O meu BEM é te amar
Teu viver celebrar…
Mar. A certeza da imensidão. Para onde
olhamos quando buscamos com ânsia os horizontes. Onde se embala a beleza do
indo e vindo infinito, sempre com a esperança da continuidade. Palavra emoção
das poesias daqueles que são verdadeiros poetas, poetas de alma, como o meu
pai, de onde a poesia nasce, primeiramente, no ritmo constante de um grandioso
coração.
Clarice Lispector definiu bem, nas
“Águas do Mundo”, quando disse ser o mar a criatura mais inteligível das
existências não humanas. De tão grande o mundo, poderia, enfim, este caber na
janela sobre o mar, aos olhos de Drummond. Para o marítimo, com quem meu pai já
aprecia o diálogo imaginado, o grande poeta Neruda se identifica:
“Necessito do mar porque me ensina:
não sei se aprendo música ou consciência
não sei se é onda ou onde ou ser
profundo
somente rouca voz ou deslumbrante
suposição de peixes e navios.
O fato é que até quando estou dormindo
de algum modo magnético circulo
na universidade do marulho.”
Como não lembrar a alegria de te
acompanhar chamando para ouvir o “marulho”?
Para o aniversariante de hoje, que é
vida, movimento de presença e poesia infinitos em meu viver, contemplar um
verde mar é tarefa essencial.
Esteja este mar verde, “mar azul” ou
“claras águas”, o senhor, papai, colore nossos horizontes, “Caminhando à flor
das águas”ao “suave estilo do Cristo”, com a “vida bem vivida que tu tens” e
com todo o significado do teu viver.
O poeta navegante, Fernando Pessoa,
traduz o imensurável entoando:
“Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
Porque não cabe, nem mesmo no mar, todo
o amor com o qual te amo.
Meu bem é te amar e teu viver celebrar!
Feliz vida, papai. Tão feliz como é a
minha vida ao tê-lo na mais profunda imensidão de meu coração.
KARENINA HENTZ da CUNHA LIMA
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