Natal
Flex, 07 de julho 2015.
Cunha
Lima, hoje você fala com sensibilidade da beleza das flores, do perfume e suas
características e como são importantes nas homenagens: sejam elas de alegrias,
tristezas ou dor. Emblemática nos encontros amorosos e na reconciliação.
Símbolo da natureza e da vida, presente no
nascimento e morte.
Ao
lhe ouvir, me lembrei de uma pagina no diário de papai onde ele escreve
solenemente sobre seu casamento. Com a atenção nos detalhes, aquele homem rude
e forte que habitava na dureza e quentura das Queimadas, deixou no papel,
especialmente para você, um armazém de boas recordações.
Abraço
de uma amizade já cinquentenária, Haroldo.
DO DIÁRIO DE CHICÓ PINHEIRO
(São José de Mipibu, RN. 1900 – 1981)
CASAMENTO DO DR. DOGENES DA CUNHA LIMA
Fazenda
Bom Destino, 02 de Junho de 1967.
A
convite do Dr. Diógenes da Cunha Lima para assistir o seu enlace matrimonial
com a Srta. Moema filha do casal Artur
Tinoco Filho e Carmésia Ramalho Tinoco, na cidade de Joao Pessoa PB, na Igreja dos Capuchinhos,
Cabo Branco. Sai de minha residência as seis horas em companhia de minha esposa
Zefinha, dos filhos Eleenete e Cosme, do neto Alessandro Emmanuel e do
sobrinho José Pinheiro Filho.
Fomos
para Natal onde passamos o dia preparando-nos para a festa de casamento a
realizar-se no dia seguinte às 19,00 horas.
Pernoitamos
na residência de Dorinha e saímos rumo a Joao Pessoa às quatro horas do dia
três de junho. Dia de grande inverno
pois choveu durante toda a viagem.
Chegamos em João Pessoa ás 12 horas e fomos para a casa do Sr. Severino
Rocha, onde fomos muito bem recebidos por ele
e sua família.
Às 15
horas fomos fazer uma visita aos noivos, em casa dos pais da noiva, sendo dos
convidados os primeiros. Encontramo-nos
com os noivos que com prazer e alegria nos levaram a Rua das Cajazeiras. 108 – Tambaú\Manaíra. Aí conhecemos os pais da noiva que nos
recebeu com grande satisfação. Às 19 horas assistimos ao casamento com a maior
solenidade, celebrado pelo irmão André ao som da Ave Maria.
Estavam
presentes convidados da alta sociedade do Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco. Entre as pessoas
encontravam-se o Comendador Câmara Cascudo, e o Reitor da UFRN Dr.
Onofre Lopes, o nosso grande amigo Dr. José Augusto Delgado, Juiz de São Paulo
do Potengí, os pais do noivo, o nosso estimado Daladier da Cunha Lima e
sua digna noiva, Marcelo, Ariam e esposa,
Dona Noilde Ramalho Diretora da Escola Domestica de Natal e muitas outras
pessoas que tivemos o prazer de
conhecer, admirando o conceito das famílias.
Após
o casamento, houve ao lado da Igreja dos Capuchinhos, uma grande recepção de
comes e bebes e os convidados parabenizaram os noivos e seus pais.
A
Igreja dos Capuchinhos que foi construída em 1948, segundo o irmão André,
dentro da minha curiosidade pedi-lhe a data da construção daquele Templo
que tanto me emocionou. Era encantador o local e a iluminação naquela hora e
naquela data tão solene, onde todos se encontravam com risos e alegria.
Às 22
horas deixamos a companhia dos recém-casados, nos despedimos e fomos a Rua
Borja Peregrino, 210, do nosso amigo Severino Rocha, onde pernoitamos. Saímos
de Joao Pessoa às 8 horas, rumo a nossa fazenda. Passamos pelas cidades de
Sapé, Guarabira, Ladeira de Pedra, Tacima,
Serra Caiada, Coringa, Iguatú e nossa fazenda, chegando as 16 horas,
recordando o que vimos em nossa jornada. Em toda viagem de volta choveu muito.
Observei em todo o estado da Paraíba
fartura jamais vista por mim, dentro da minha idade”.
Chicó Pinheiro |
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