“O Livro dos Afiguraves”
de Franklin Jorge
(Feedback, 167 págs., 2015)
No domínio da palavra,
esse livro é instigante. De narrativa envolvente, leitura fácil, e, sobretudo,
necessária. Não há como ler esse depoimento comovente sem acompanhar os passos
do autor, reviver com ele cada momento descrito, rever cada canto narrado. Em
texto que flui com delicadeza, leve e harmonioso, pegando o leitor pelo braço e
o levando consigo – dependente, cúmplice, revelador.
Com humanidade, ajuda
a escrever nosso passado, nossa história, sonhos. Revela gente que traz a alma
na ponta dos dedos. Alma, sabedoria e técnica. Admirável e complexa teia
humana. Tecida de desventuras, ausências, coragem, persistência, desencantos.
Tecida de esperanças.
Necessária, repito, a
leitura de “O Livro dos Afiguraves”. Relembra-nos o lado humano um tanto
esquecido pela ambição e pelo individualismo, que universaliza o conhecimento
da nossa pobreza e substitui, por um imenso nada, o encantamento dos
pequenos-grandes sonhos.
Assim, nunca será
inútil o esforço para registrar fragmentos de nossos pequenos mundos, de nossa
história. Para receber, em contrapartida, o aceno que encoraja e a palavra que
fortalece.
Diogenes da
Cunha Lima
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